Em 1942, a barbárie alemã esmaga a arruinada capital polonesa. Humilhações, torturas e assassinatos eram habituais. Nesse contexto, um jovem operário entra em contato com a resistência comunista. Movimento organizado na clandestinidade, tem a tarefa de enfrentar os nazistas e seus colaboradores locais. Além da luta pela causa da liberdade, o personagem conhece o amor e a dor da perda.
Ao fundo, o jovem ator e futuro diretor Roman Polanski |
Wajda utiliza sequências de grande carga dramática para contar a história. Enquanto vão ao trabalho, os poloneses passam por homens enforcados – é necessário, para o dominador, provocar o medo. Ao lado do Gueto de Varsóvia em chamas, o parque de diversões dos nazistas continua a funcionar. No gueto estava confinada a população judaica. Em meio à fome, doenças, morte e deportações, explode o levante contra as tropas inimigas. A película exibe o auxílio dos revolucionários aos insurretos.
Após Geração, Wajda enveredou-se por outras linhas políticas e fontes de inspiração estéticas. Para efeito de ilustração, em Cinzas e Diamantes (1958) há influência direta do cinema americano, notadamente de Cidadão Kane.
A respeito das manifestações artísticas da Europa Oriental pró-soviética, uma observação do historiador britânico Eric Hobsbawm, no livro A Era dos Extremos, vale ser reproduzida. "(...) mesmo onde, como na Polônia, a rejeição do regime existente se tornou total, todos, com exceção dos mais jovens, conheciam o suficiente da história de seu país depois de 1945 para captar os tons de cinza além do preto e branco da propaganda. É isso que dá uma dimensão trágica aos filmes de Andrzej Wajda (...)", afirmou.