Bette Davis e Claude Rains formam o par romântico de Vaidosa (Mr. Skeffington, Estados Unidos, 1944). Sob a direção de Vincent Sherman, Bette mostrou, novamente, porque é considerada uma das grandes atrizes do cinema.
Em 1914, quando estoura a Primeira Guerra Mundial, a bela Fanny Trellis (Bette), jovem de família tradicional e arruinada de Nova York, atrai inúmeros pretendentes. Coquete, recebe pedidos de casamento, sem aceitá-los ou rejeitá-los. A situação muda quando o irmão Trippy (Richard Waring) desvia dinheiro da empresa em que trabalha. Para ajudá-lo, Bette contrai matrimônio com Job Skeffington (Rains), empregador de Trippy. Mas Fanny despreza o marido e continua cercada de aspirantes.
O filme está repleto de diálogos inteligentes e divertidos. "Fanny, uma mulher é bonita quando é amada. Só quando é amada", afirma Job. "Bobagem. Uma mulher é bonita quando dorme oito horas por noite e vai ao salão de beleza todos os dias", responde Bette. Claro, a constituição óssea ajuda, completa.
Vaidosa, fútil e narcisista, Fanny vive de aparências o cotidiano, sob bases de barro. A existência, porém, se altera radicalmente quando seu rosto é devastado pela difteria.
Os acontecimentos da história se desenrolam por vários anos – até os crimes antissemitas do nazismo, denunciados na obra.
Este espaço é sobre cinema clássico, de obras consagradas a esquecidas. Dedico a meus pais, que, nas longínquas noites de Santa Maria (RS) do final dos anos 70 e início dos 80, permitiam que eu visse filmes na TV. Foi quando descobri o grande espetáculo – Ben-Hur, Cleópatra, El Cid, Lawrence da Arábia, Doutor Jivago. Parafraseando o escritor argentino Jorge Luis Borges, foram os primeiros que vi, e, possivelmente, serão os últimos.
terça-feira, 31 de julho de 2012
segunda-feira, 30 de julho de 2012
Verão de 42
No verão de 1942, éramos adolescentes e Dorothy, a mulher mais linda do mundo. Belo e nostálgico, Verão de 42 (Summer of '42, Estados Unidos, 1971), do diretor Robert Mulligan, é um filme autobiográfico sobre a perda da inocência e a descoberta do amor. No Brasil, foi exibido com o nome Houve Uma Vez Um Verão.
Ao lado de seus dois melhores amigos, Hermie (Gary Grimes), garoto de 15 anos, passa as férias com a família na praia. Em meio às aventuras típicas da idade, Hermie se apaixona por Dorothy (a modelo Jennifer O'Neill), esposa de um militar, que vai para a guerra, e chamada de "coroa" pelos companheiros do herói.
Uma das cenas memoráveis acontece no cinema. Na tela, Now, Voyager (Estranha Passageira, com Bette Davis e Paul Henreid). Cartazes com os rostos de Humphrey Bogart, Cary Grant e Errol Flynn decoram a entrada, o que reforça a sensação de realidade temporal.
Hermie jamais revê Dorothy, tampouco sabe o que ocorreu com a musa. Por fim, constata que a vida é feita de idas e vindas. De perdas e ganhos.
A trilha sonora de Michel Legrand, que ganhou o Oscar pelo trabalho, marcou época.
Após o lançamento da película, o roteirista Herman Raucher (o Hermie verdadeiro) recebeu várias cartas de pessoas que se diziam ser Dorothy. Uma era autêntica. A mulher mais linda do mundo no verão de 42 havia se casado novamente e era avó.
quarta-feira, 25 de julho de 2012
Doutor Jivago
Filme de imagens e cores marcantes, Doutor Jivago (Estados Unidos, 1965) simboliza o grande espetáculo cinematográfico. Adaptado do romance homônimo do escritor soviético Boris Pasternak (1890-1960), insere-se nas superproduções assinadas pelo diretor David Lean: A Ponte do Rio Kwai (1957), Lawrence da Arábia (1962) e A Filha de Ryan (1970).
A Revolução Russa de 1917 é o pano de fundo do drama. Jovem médico e poeta, Iuri Jivago (Omar Sharif) divide-se entre duas mulheres: a esposa aristocrática Tonya (Geraldine Chaplin) e a amante plebeia Lara (Julie Christie). Os radicais acontecimentos arrastam os personagens ao vórtice caótico do período. A vida comum se estilhaça.
Jivago contém, em si, o germe da tragédia pessoal e política. Nutre leve simpatia pelo novo regime, porém o grupo dirigente rejeita sua poesia, considerando-a "individualista".
Ao som de balalaica e do Tema de Lara (música memorável, composta por Maurice Jarre), esse homem atravessa, com os olhos lacrimejantes, as estepes congeladas e a história da Rússia. Serve em um hospital militar durante a Primeira Guerra Mundial. Testemunha a turbulência pré-revolucionária e o início da implantação da experiência socialista. Vivencia a brutalidade da guerra civil. No meio de tudo, e apesar de tudo, Tonya e Lara se fazem presentes.
Cenas impressionam. No começo da narrativa, a ventania força um galho a bater na janela onde está deitado o pequeno órfão Iuri. Muito depois, Jivago quebra uma janela para ver desaparecer Lara na imensidão coberta de neve.
Outros atores de peso atuam na película. Rod Steiger interpreta Victor Komarovsky, amigo do pai de Jivago e indivíduo diabólico – será decisivo no destino do herói. Alec Guiness vive o irmão unilateral de Iuri, Yevgraf Jivago, membro do Partido Comunista. Klaus Kinski incorpora o anarquista condenado a trabalhos forçados – bom lembrar, os anarquista foram militantes de linha de frente nos primórdios da revolução.
Doutor Jivago conquistou cinco estatuetas do Oscar. Entre elas, o de Melhor Fotografia – A Cores e Melhor Trilha Sonora.
Obra-prima. Obra-prima absoluta.
A Revolução Russa de 1917 é o pano de fundo do drama. Jovem médico e poeta, Iuri Jivago (Omar Sharif) divide-se entre duas mulheres: a esposa aristocrática Tonya (Geraldine Chaplin) e a amante plebeia Lara (Julie Christie). Os radicais acontecimentos arrastam os personagens ao vórtice caótico do período. A vida comum se estilhaça.
Jivago contém, em si, o germe da tragédia pessoal e política. Nutre leve simpatia pelo novo regime, porém o grupo dirigente rejeita sua poesia, considerando-a "individualista".
Ao som de balalaica e do Tema de Lara (música memorável, composta por Maurice Jarre), esse homem atravessa, com os olhos lacrimejantes, as estepes congeladas e a história da Rússia. Serve em um hospital militar durante a Primeira Guerra Mundial. Testemunha a turbulência pré-revolucionária e o início da implantação da experiência socialista. Vivencia a brutalidade da guerra civil. No meio de tudo, e apesar de tudo, Tonya e Lara se fazem presentes.
Cenas impressionam. No começo da narrativa, a ventania força um galho a bater na janela onde está deitado o pequeno órfão Iuri. Muito depois, Jivago quebra uma janela para ver desaparecer Lara na imensidão coberta de neve.
Outros atores de peso atuam na película. Rod Steiger interpreta Victor Komarovsky, amigo do pai de Jivago e indivíduo diabólico – será decisivo no destino do herói. Alec Guiness vive o irmão unilateral de Iuri, Yevgraf Jivago, membro do Partido Comunista. Klaus Kinski incorpora o anarquista condenado a trabalhos forçados – bom lembrar, os anarquista foram militantes de linha de frente nos primórdios da revolução.
Doutor Jivago conquistou cinco estatuetas do Oscar. Entre elas, o de Melhor Fotografia – A Cores e Melhor Trilha Sonora.
Obra-prima. Obra-prima absoluta.
segunda-feira, 23 de julho de 2012
Neve Ardente
A Batalha de Stalingrado representou a virada da maré na Segunda Guerra Mundial (1939-1945). A vitória soviética significou o começo da derrocada da Alemanha hitlerista. Apesar do alto grau de incerteza, o Terceiro Reich estava com os dias contados. O filme Neve Ardente (União Soviética, 1972), do diretor Gavriil Yegiazarov, revela parte do gigantesco esforço, heroísmo e sacrifício do Exército Vermelho.
Após resistir à agressão de forças nazifascistas, que tentavam ocupar a cidade, em novembro de 1942 os soviéticos desfecharam contragolpes. Aproximadamente 230 mil agressores alemães e romenos ficaram cercados em Stalingrado, criando-se um bolsão. Tanques tentaram romper a barreira e foram repelidos. O longa reconstitui esse combate.
O principal foco narrativo reside na ação dos integrantes de uma unidade de canhões do Exército Vermelho.
A cena em que os soldados soviéticos rumam ao front, sob tempestade de neve, é extremamente bem feita. Com sequências de forte realismo, a resistência da bateria contra os blindados comove. Impossível esquecer o momento no qual, no auge dramático da ofensiva, a camarada enfermeira Tânia (Tamara Sedelnikova) deixa um ferido para municiar a peça de artilharia – os homens estão quase todos mortos e é imprescindível evitar a quebra da posição.
Stalingrado – ou a Cidade de Stalin, em russo – foi a maior e mais sangrenta batalha do conflito. Lutava-se corpo a corpo, prédio a prédio, rua a rua. Por dia, morriam cerca de 5 mil pessoas. A União Soviética teve mais de 1,1 milhão de baixas. As forças do Eixo, 700 mil (400 mil eram alemães).
A respeito do assunto, o francês Jean-Jacques Annaud realizou, em 2001, o primoroso Círculo de Fogo (a travessia do rio Volga e a visão da cidade são dantescas).
Livro indispensável sobre o tema, Stalingrado – o Cerco Fatal, do historiador britânico Antony Beevor, detalha o evento.
Após resistir à agressão de forças nazifascistas, que tentavam ocupar a cidade, em novembro de 1942 os soviéticos desfecharam contragolpes. Aproximadamente 230 mil agressores alemães e romenos ficaram cercados em Stalingrado, criando-se um bolsão. Tanques tentaram romper a barreira e foram repelidos. O longa reconstitui esse combate.
O principal foco narrativo reside na ação dos integrantes de uma unidade de canhões do Exército Vermelho.
A cena em que os soldados soviéticos rumam ao front, sob tempestade de neve, é extremamente bem feita. Com sequências de forte realismo, a resistência da bateria contra os blindados comove. Impossível esquecer o momento no qual, no auge dramático da ofensiva, a camarada enfermeira Tânia (Tamara Sedelnikova) deixa um ferido para municiar a peça de artilharia – os homens estão quase todos mortos e é imprescindível evitar a quebra da posição.
Stalingrado – ou a Cidade de Stalin, em russo – foi a maior e mais sangrenta batalha do conflito. Lutava-se corpo a corpo, prédio a prédio, rua a rua. Por dia, morriam cerca de 5 mil pessoas. A União Soviética teve mais de 1,1 milhão de baixas. As forças do Eixo, 700 mil (400 mil eram alemães).
A respeito do assunto, o francês Jean-Jacques Annaud realizou, em 2001, o primoroso Círculo de Fogo (a travessia do rio Volga e a visão da cidade são dantescas).
Livro indispensável sobre o tema, Stalingrado – o Cerco Fatal, do historiador britânico Antony Beevor, detalha o evento.
domingo, 22 de julho de 2012
O Homem Invisível
Dois anos depois de realizar o célebre Frankenstein (1931, com Boris Karloff), James Whale dirigiu talvez a melhor adaptação de um livro de H. G. Wells para o cinema: O Homem Invisível (Estados Unidos, 1933). Este integra a lista dos principais filmes de ficção científica e horror já produzidos – as sequências, porém, não tiveram o mesmo impacto.
Longa de trucagens ímpares, conta a história de Jack Griffin (Claude Rains), que descobre uma fórmula para se tornar invisível e a usa em si mesmo. O feito, ao invés de promover o bem, leva medo e insegurança à sociedade. Ser extraordinário, O Homem Invisível tornar-se irascível e ambicioso, sob o constante temor de jamais retornar ao estado natural. Criatura anormal, que causa espanto por onde passa, será caçado pelas autoridades.
A situação, paradoxal, revela-se extremamente incômoda para Griffin. A fim de ser notado, deve andar coberto de ataduras. A luz, mesmo com as pálpebras fechadas, afeta os olhos.
Inesquecível o momento em que o rosto de Griffin surge na tela – até lá, somente sua voz é conhecida. Ponto alto da magia do cinema.
No elenco, Henry Travers e Gloria Stuart – a idosa Rose, personagem que narra a trama de Titanic (1997).
A película mostrou o talento de Rains a Hollywood. Intérprete prodigioso, atuou em sucessos como Casablaca (1942) e Interlúdio (1946).
Com O Homem Invisível, encerra-se o ciclo cinematográfico sobre obras de Wells.
Longa de trucagens ímpares, conta a história de Jack Griffin (Claude Rains), que descobre uma fórmula para se tornar invisível e a usa em si mesmo. O feito, ao invés de promover o bem, leva medo e insegurança à sociedade. Ser extraordinário, O Homem Invisível tornar-se irascível e ambicioso, sob o constante temor de jamais retornar ao estado natural. Criatura anormal, que causa espanto por onde passa, será caçado pelas autoridades.
A situação, paradoxal, revela-se extremamente incômoda para Griffin. A fim de ser notado, deve andar coberto de ataduras. A luz, mesmo com as pálpebras fechadas, afeta os olhos.
Inesquecível o momento em que o rosto de Griffin surge na tela – até lá, somente sua voz é conhecida. Ponto alto da magia do cinema.
No elenco, Henry Travers e Gloria Stuart – a idosa Rose, personagem que narra a trama de Titanic (1997).
A película mostrou o talento de Rains a Hollywood. Intérprete prodigioso, atuou em sucessos como Casablaca (1942) e Interlúdio (1946).
Com O Homem Invisível, encerra-se o ciclo cinematográfico sobre obras de Wells.
sexta-feira, 20 de julho de 2012
Os Primeiros Homens na Lua
Não foi em 1969, mas em 1899 que o homem aterrissou na Lua. Entrou em contato com os selenitas, hipotéticos habitantes do satélite. O território foi tomado em nome da rainha Vitória, da Inglaterra. A história é narrada no clássico Os Primeiros Homens na Lua (Reino Unido, 1964), adaptação da novela homônima de H. G. Wells realizada pelo diretor Nathan Juran.
Arnold Bedford (Edward Judd) vive um homem às voltas com credores. Isolado em uma pequena casa no interior inglês, tenta transformar-se em dramaturgo. Conhece o vizinho Joseph Cavor (Lionel Jeffries), excêntrico e cômico cientista, inventar da substância cavorita, capaz de eliminar o efeito de gravidade, o que possibilita a viagem – infelizmente, a fórmula química se perdeu...
Cavor forjou uma esfera de metal, que será o meio de transporte dos intrépidos astronautas. Por acaso, a namorada de Arnald, Katherine Callender (Martha Hyer), acompanha a dupla na jornada.
Após pousar no solo lunar, começam a exploração. Enfrentarão perigos. Mas, afinal, o que de bom o homem pode mostrar a outra civilização? Violência e guerra, conforme Wells. Enquanto Arnold quer retornar, Cavor deseja aprender com os selenitas.
As cenas que passam no interior da espaçonave merecem destaque, assim como os cenários lunares e os efeitos especiais, a cargo do mestre Ray Harryhausen. Diga-se que Juran, antes de abraçar a direção, foi respeitado cenógrafo – deve-se a ele o elogiado desenho cênico de O Fio da Navalha, na versão de 1946 (conferir postagem).
Os Primeiros Homens na Lua diverte e agrada o espectador.
Arnold Bedford (Edward Judd) vive um homem às voltas com credores. Isolado em uma pequena casa no interior inglês, tenta transformar-se em dramaturgo. Conhece o vizinho Joseph Cavor (Lionel Jeffries), excêntrico e cômico cientista, inventar da substância cavorita, capaz de eliminar o efeito de gravidade, o que possibilita a viagem – infelizmente, a fórmula química se perdeu...
Cavor forjou uma esfera de metal, que será o meio de transporte dos intrépidos astronautas. Por acaso, a namorada de Arnald, Katherine Callender (Martha Hyer), acompanha a dupla na jornada.
Após pousar no solo lunar, começam a exploração. Enfrentarão perigos. Mas, afinal, o que de bom o homem pode mostrar a outra civilização? Violência e guerra, conforme Wells. Enquanto Arnold quer retornar, Cavor deseja aprender com os selenitas.
As cenas que passam no interior da espaçonave merecem destaque, assim como os cenários lunares e os efeitos especiais, a cargo do mestre Ray Harryhausen. Diga-se que Juran, antes de abraçar a direção, foi respeitado cenógrafo – deve-se a ele o elogiado desenho cênico de O Fio da Navalha, na versão de 1946 (conferir postagem).
Os Primeiros Homens na Lua diverte e agrada o espectador.
terça-feira, 17 de julho de 2012
A Máquina do Tempo
O destino do homem é sombrio, segundo H. G. Wells. Com o mesmo espírito do autor, o diretor húngaro George Pal realizou a principal versão cinematográfica da novela A Máquina do Tempo. O filme (The Time Machine, Reino Unido, 1960) tornou-se clássico da ficção científica.
Londres, último dia do ano de 1899. O inventor – interpretado por Rod Taylor – H. George Wells (homenagem ao escritor, pois no livro chama-se apenas O Viajante do Tempo) cria uma máquina capaz de o transportar ao futuro.
Primeiro, alguns minutos; depois, horas, dias e anos; por fim, séculos e milênios. Testemunha as mudanças na moda, as guerras mundiais e a aniquilação atômica.
A viagem o leva, 800.000 anos depois, ao lugar da antiga Londres, agora dominado por florestas e onde vivem duas comunidades opostas. Os elois, dóceis e indiferentes pelos seus iguais; e os morlocks, monstruosos seres dominadores que habitam o interior da Terra. Um terrível mistério envolve ambas. A eloi Weena (Yvette Mimieux) ajuda George a descobrir a verdade e a responder: afinal, o que aconteceu com a civilização humana?
Ao retornar à sua época, após enfrentar enormes perigos, George traz uma flor murcha. Qual outro símbolo poderia ser mais eloquente do porvir?
O longa arrebatou o Oscar na categoria de Melhores Efeitos Especiais. Em 1963, Taylor participou do último grande sucesso de Alfred Hitchcock: Os Pássaros.
A máquina foi salva. O Viajante do Tempo pode estar entre nós.
Londres, último dia do ano de 1899. O inventor – interpretado por Rod Taylor – H. George Wells (homenagem ao escritor, pois no livro chama-se apenas O Viajante do Tempo) cria uma máquina capaz de o transportar ao futuro.
Primeiro, alguns minutos; depois, horas, dias e anos; por fim, séculos e milênios. Testemunha as mudanças na moda, as guerras mundiais e a aniquilação atômica.
A viagem o leva, 800.000 anos depois, ao lugar da antiga Londres, agora dominado por florestas e onde vivem duas comunidades opostas. Os elois, dóceis e indiferentes pelos seus iguais; e os morlocks, monstruosos seres dominadores que habitam o interior da Terra. Um terrível mistério envolve ambas. A eloi Weena (Yvette Mimieux) ajuda George a descobrir a verdade e a responder: afinal, o que aconteceu com a civilização humana?
Ao retornar à sua época, após enfrentar enormes perigos, George traz uma flor murcha. Qual outro símbolo poderia ser mais eloquente do porvir?
O longa arrebatou o Oscar na categoria de Melhores Efeitos Especiais. Em 1963, Taylor participou do último grande sucesso de Alfred Hitchcock: Os Pássaros.
A máquina foi salva. O Viajante do Tempo pode estar entre nós.
segunda-feira, 16 de julho de 2012
A Guerra dos Mundos
Marcianos invadem a Terra. Hostis aos seres humanos, espalham morte e destruição. As naves alienígenas têm alto poder de fogo e são imunes às armas terráqueas. Baseado no livro homônimo de H. G. Wells, A Guerra dos Mundos (Estados Unidos, 1953), de Byron Haskin, marcou época, sobretudo pela qualidade dos efeitos especiais. Haskin, ex-iluminador, mostrou grande domínio desses recursos. A obra conquistou o Oscar na categoria.
Um objeto não-identificado cai no interior da Califórnia (EUA). O fato intriga moradores e autoridades. Mas, na realidade, trata-se de uma máquina de combate. A partir daí, outras surgem em vários lugares do planeta. O ataque começa. O avanço se revela inexorável. Paris (a Torre Eiffel é destroçada), Londres e Rio de Janeiro, entre outras cidades, sofrem a ofensiva.
O cientista Clayton Forrester (Geny Barry) se engaja na luta. Acompanhará o herói Sylvia van Buren (Ann Robinson), sobrinha do pastor Matthew Collins, umas das primeiras vítimas dos extraterrestres.
Guerra é implacável. Qual dos mundos sucumbirá?
A evacuação e o ataque a Los Angeles são particularmente bem feitos. A fuga desperada, as ruas vazias, os saques a lojas, os rostos apavorados compõem o clímax da película.
Em 1938, Orson Welles (quase xará de H. G. Wells) aterrorizou a população norte-americana ao dramatizar, no rádio, A Guerra dos Mundos.
Steven Spielberg realizou nova adaptação da novela em 2005.
domingo, 15 de julho de 2012
Ciclo H. G. Wells
Novelas de ficção científica do inglês H. G. Wells (1866-1946) foram temas de vários filmes. O blog destaca quatro versões modelares: A Guerra dos Mundos (1953), A Máquina do Tempo (1960), Os Primeiros Homens na Lua (1964) e O Homem Invisível (1933).
A Guerra dos Mundos será o assunto da próxima postagem.
A Guerra dos Mundos será o assunto da próxima postagem.
sexta-feira, 13 de julho de 2012
Desafio à Corrupção
Desafio à Corrupção (The Hustler, Estados Unidos, 1961) mostra os subterrêneos dos salões de bilhar. Drama dirigido por Robert Rossen, entrou para a história da sétima arte como uma das mais célebres atuações de Paul Newman.
O autodestrutivo Eddie Felson (Newman) enfrenta o melhor taco dos Estados Unidos, Minnesota Fats (Jackie Gleason). Na mesa, grandes somas de dinheiro e whisky, muito whisky. O duelo se prolonga por várias horas. Exausto e embriagado, Eddie sucumbe. Após a derrota, envolve-se com a alcoólatra Sarah Packard (Piper Laurie). Arranja um agente, o cínico e inescrupuloso Bert Gordon (George C. Scott, de Patton), a fim de obter a chance de medir novamente forças com o rival.
Antes do segundo embate contra o campeão, cena impiedosa. Eddie tem os dedos de uma mão quebrados ao tentar enganar, fingindo ser fraco jogador, frequentadores de um bar barra-pesada.
Os mesmos elementos do primeiro se repetem no último e épico confronto com Minnesota. Mas Eddie, afinal, tem estilo e estrela.
O ex-campeão de boxe Jake LaMotta interpreta um garçom na película. LaMotta teve a vida levada às telas por Martin Scorsese em 1980 – O Touro Indomável (no papel do pugilista, Robert De Niro). Aliás, Scorsese filmou uma continuação de Desafio à Corrupção, A Cor do Dinheiro (1986), com Newman e Tom Cruise.
Em 1965, o cineasta Norman Jewison (No Calor da Noite e Um Violinista no Telhado) seguiu o exemplo de Rossen e realizou A Mesa do Diabo, obra sobre pôquer. No elenco, Steve McQueen, Edward G. Robinson, Karl Malden e Ann-Margret.
O autodestrutivo Eddie Felson (Newman) enfrenta o melhor taco dos Estados Unidos, Minnesota Fats (Jackie Gleason). Na mesa, grandes somas de dinheiro e whisky, muito whisky. O duelo se prolonga por várias horas. Exausto e embriagado, Eddie sucumbe. Após a derrota, envolve-se com a alcoólatra Sarah Packard (Piper Laurie). Arranja um agente, o cínico e inescrupuloso Bert Gordon (George C. Scott, de Patton), a fim de obter a chance de medir novamente forças com o rival.
Antes do segundo embate contra o campeão, cena impiedosa. Eddie tem os dedos de uma mão quebrados ao tentar enganar, fingindo ser fraco jogador, frequentadores de um bar barra-pesada.
Os mesmos elementos do primeiro se repetem no último e épico confronto com Minnesota. Mas Eddie, afinal, tem estilo e estrela.
O ex-campeão de boxe Jake LaMotta interpreta um garçom na película. LaMotta teve a vida levada às telas por Martin Scorsese em 1980 – O Touro Indomável (no papel do pugilista, Robert De Niro). Aliás, Scorsese filmou uma continuação de Desafio à Corrupção, A Cor do Dinheiro (1986), com Newman e Tom Cruise.
Em 1965, o cineasta Norman Jewison (No Calor da Noite e Um Violinista no Telhado) seguiu o exemplo de Rossen e realizou A Mesa do Diabo, obra sobre pôquer. No elenco, Steve McQueen, Edward G. Robinson, Karl Malden e Ann-Margret.
quinta-feira, 12 de julho de 2012
As Aventuras do Ladrão de Bagdá
Leveza e simplicidade caracterizam As Aventuras do Ladrão de Bagdá (França-Itália, 1961), com o astro Steve Reeves (Rômulo e Remo). Co-dirigido por Arthur Lubin e Bruno Vailati, o filme, gravado na Tunísia, baseia-se em As Mil e Uma Noites.
O ladrão Karim (Reeves) invade o palácio do sultão para furtar. Na fuga, esconde-se no quarta da filha do soberano, a princesa Amina (Georgia Moll). Atração à primeira vista. O pretendente oficial de Amina, o príncipe Osman (Arturo Domicini), recebe uma poção mágica capaz de fazê-la se apaixonar por ele. Mas a herdeira adoece. Apenas a rosa azul poderá curá-la. Então, o sultão convoca todos os que quiserem encontrar a flor para que o façam. Quem trazê-la, se casará com Amina.
Surge o momento de Karim tornar-se digno da princesa. O caminho, fantástico, será de provação. Árvores animadas, mulheres que transformam pessoas em estátuas de pedra e um monstruoso homem invisível são alguns dos desafios. Karim terá de mostrar inteligência, força e coragem para triunfar. Ainda, terá de enfrentar o exército de Osman.
A película não é a versão mais badalada do simpático larápio. O Ladrão de Bagdá (1940), cujo elenco tem a presença de Conrad Veidt, conquistou enorme fama – os efeitos visuais são fenomenais.
O ladrão Karim (Reeves) invade o palácio do sultão para furtar. Na fuga, esconde-se no quarta da filha do soberano, a princesa Amina (Georgia Moll). Atração à primeira vista. O pretendente oficial de Amina, o príncipe Osman (Arturo Domicini), recebe uma poção mágica capaz de fazê-la se apaixonar por ele. Mas a herdeira adoece. Apenas a rosa azul poderá curá-la. Então, o sultão convoca todos os que quiserem encontrar a flor para que o façam. Quem trazê-la, se casará com Amina.
Surge o momento de Karim tornar-se digno da princesa. O caminho, fantástico, será de provação. Árvores animadas, mulheres que transformam pessoas em estátuas de pedra e um monstruoso homem invisível são alguns dos desafios. Karim terá de mostrar inteligência, força e coragem para triunfar. Ainda, terá de enfrentar o exército de Osman.
A película não é a versão mais badalada do simpático larápio. O Ladrão de Bagdá (1940), cujo elenco tem a presença de Conrad Veidt, conquistou enorme fama – os efeitos visuais são fenomenais.
quarta-feira, 11 de julho de 2012
A Dança dos Vampiros
A Dança dos Vampiros (Estados Unidos-Reino Unido, 1967) é uma comédia sensacional. Faz parte do melhor do diretor Roman Polanski, de O Bebê de Rosemary (1968), Macbeth (1971), O Inquilino (1976) , A Morte e a Donzela (1994), O Pianista (2002).
O atrapalhado professor Abronsius (Jack MacGowran) viaja à gélida Transilvânia, na Romênia, acompanhado do discípulo Alfred (Polanski). A missão tem o objetivo de caçar vampiros. Hospedados na estalagem do casal Yoineh (Alfie Bass) e Rebecca Shagal (Jessie Robbins), Alfred, moço tímido, apaixona-se pela filha dos proprietários, a deslumbrante Sarah Shagal (Sharon Tate).
Depois de testemunhar o rapto da jovem pelo vampiro conde Von Krolock (Ferdy Mayne), os dois heróis rumam ao castelo do nobre para resgatá-la. Ambos viverão situações rocambolescas, culminando com o baile de mortos-vivos.
Polanski realizou película iconoclasta. No longa, há dois personagens atípicos nas produções tradicionais sobre o tema: Herbert von Krolock (Iain Quarrier), filho do conde e homossexual – tentará seduzir Alfred –, e Yoineh, transformado em vampiro, é imune à força da cruz.
Elementos de alta qualidade, como direção, roteiro (Gérard Brach e Polanski são os autores), atuações, cenários e fotografia, resultaram em uma obra-prima.
Inesquecível.
O atrapalhado professor Abronsius (Jack MacGowran) viaja à gélida Transilvânia, na Romênia, acompanhado do discípulo Alfred (Polanski). A missão tem o objetivo de caçar vampiros. Hospedados na estalagem do casal Yoineh (Alfie Bass) e Rebecca Shagal (Jessie Robbins), Alfred, moço tímido, apaixona-se pela filha dos proprietários, a deslumbrante Sarah Shagal (Sharon Tate).
Depois de testemunhar o rapto da jovem pelo vampiro conde Von Krolock (Ferdy Mayne), os dois heróis rumam ao castelo do nobre para resgatá-la. Ambos viverão situações rocambolescas, culminando com o baile de mortos-vivos.
Polanski realizou película iconoclasta. No longa, há dois personagens atípicos nas produções tradicionais sobre o tema: Herbert von Krolock (Iain Quarrier), filho do conde e homossexual – tentará seduzir Alfred –, e Yoineh, transformado em vampiro, é imune à força da cruz.
Elementos de alta qualidade, como direção, roteiro (Gérard Brach e Polanski são os autores), atuações, cenários e fotografia, resultaram em uma obra-prima.
Inesquecível.
domingo, 8 de julho de 2012
O Nome da Rosa
Adaptado do romance homônio do italiano Umberto Eco, O Nome da Rosa (Alemanha-França-Itália, 1986), do diretor Jean-Jacques Annaud, alcançou amplo sucesso de público e crítica. História de detetive, ambientada em um mosteiro italiano da Idade Média, a obra tem inúmeros méritos, como o roteiro e a bela fotografia.
Mortes misteriosas abalam a vida no local. O monge franciscano William de Baskerville (Sean Connery) é convidado para descobrir o enigma. Seria o Demônio o assassino? William não aceita essa hipótese. Com métodos racionais, lógicos, ele busca a resposta. Na jornada, terá a companhia do jovem pupilo Adso de Melk (Christian Slater). O amor pelo conhecimento e pelos livros caracteriza o perfil do mestre.
A fim de obter a verdade, Connery terá de enfrentar vários desafios. A hostilidade do monge cego Jorge de Burgos (inspirado no escritor Jorge Luis Borge), o inquisitor Bernardo Gui (F. Murray Abraham), o labirinto da biblioteca, o obscurantismo religioso.
O cuidado com a constituição de determinada época é uma das marcas de Annaud.
O elenco conta com as participações dos ótimos Ron Perlman (Salvatore) e Michael Lonsdale (abade), que trabalhou em Deuses e Homens (França, 2010)
Filmes relevantes integram o currículo do cineasta. A Guerra do Fogo (1981), O Urso (1988) e Círculo de Fogo (2001) exemplificam.
Mortes misteriosas abalam a vida no local. O monge franciscano William de Baskerville (Sean Connery) é convidado para descobrir o enigma. Seria o Demônio o assassino? William não aceita essa hipótese. Com métodos racionais, lógicos, ele busca a resposta. Na jornada, terá a companhia do jovem pupilo Adso de Melk (Christian Slater). O amor pelo conhecimento e pelos livros caracteriza o perfil do mestre.
A fim de obter a verdade, Connery terá de enfrentar vários desafios. A hostilidade do monge cego Jorge de Burgos (inspirado no escritor Jorge Luis Borge), o inquisitor Bernardo Gui (F. Murray Abraham), o labirinto da biblioteca, o obscurantismo religioso.
O cuidado com a constituição de determinada época é uma das marcas de Annaud.
O elenco conta com as participações dos ótimos Ron Perlman (Salvatore) e Michael Lonsdale (abade), que trabalhou em Deuses e Homens (França, 2010)
Filmes relevantes integram o currículo do cineasta. A Guerra do Fogo (1981), O Urso (1988) e Círculo de Fogo (2001) exemplificam.
Ernest Borgnine
Morreu hoje, aos 95 anos, Ernest Borgnine. O óbito ocorreu em Los Angeles, nos Estados Unidos. Era um durão.
Participou de grandes clássicos do cinema. Alguns: A Um Passo da Eternidade (1953), Johnny Guitar, (1953, western sensacional de Nicholas Ray), Vera Cruz (1954), Os Doze Condenados (1967), Meu Ódio Será Tua Herança (1969, Sam Peckinpah – faroeste que merece ser revisto com os olhos da pós-modernidade), O Destino de Poseidon (1972).
Participou de grandes clássicos do cinema. Alguns: A Um Passo da Eternidade (1953), Johnny Guitar, (1953, western sensacional de Nicholas Ray), Vera Cruz (1954), Os Doze Condenados (1967), Meu Ódio Será Tua Herança (1969, Sam Peckinpah – faroeste que merece ser revisto com os olhos da pós-modernidade), O Destino de Poseidon (1972).
sexta-feira, 6 de julho de 2012
Rastros de Ódio
Rastros de Ódio (Estados Unidos, 1956) é um dos grandes westerns. O diretor John Ford e seu ator-fetiche, John Wayne, realizaram uma obra-prima absoluta do gênero. Como cenário, a exuberante região desértica de Monument Valley, reserva dos índios navajos no Estado de Utah.
Texas, 1868. Ethan Edwards (Wayne) retorna da Guerra Civil Americana. Recebido pela família do irmão Aaron (Walter Coy), sente-se, de alguma maneira, deslocado. Tem o carinho dos sobrinhos e da cunhada Martha (Dorothy Jordan) – Ethan e Martha nutrem inconfessável atração. Há o mestiço Martin Pawley (órfão agregado à família), representado por Jeffrey Hunter, de quem Ethan não esconde o desprezo.
O rancho sofre ataque de índios comanches, chefiados por Scar (Henry Brandon). Os Edwards são dizimados. A pequena sobrinha Debbie (Natalie Wood) é raptada.
Ao lado de Martin – que conquistará o respeito e admiração de Ethan –, Wayne parte em busca da menina e do bando que a capturou. Durante cinco anos, Ethan empreende caçada implacável, deixando no caminho rastros de ódio.
O espectador testemunhará qual o sentimento de Ethan pelos índios. Em cena emblemática, atira nos olhos de um cadáver. Dessa forma, explica o personagem, sem olhos, a alma do comanche não entrará na Terra dos Mortos e ficará vagando eternamente, conforme o sistema religioso da tribo. O olhar de Wayne despeja fúria e repugnância.
Muitos clássicos, não somente de faroeste – gênero em que foi mestre –, foram dirigidos por Ford. O Prisioneiro da Ilha dos Tubarões (1936), No Tempo das Diligências (1939), A Mocidade de Lincoln (1939), As Vinhas da Ira (1940), Rio Grande (1950), O Homem que Matou o Facínora (1962) e outros. Rastros de Ódio, na minha opinão, é insuperável.
Texas, 1868. Ethan Edwards (Wayne) retorna da Guerra Civil Americana. Recebido pela família do irmão Aaron (Walter Coy), sente-se, de alguma maneira, deslocado. Tem o carinho dos sobrinhos e da cunhada Martha (Dorothy Jordan) – Ethan e Martha nutrem inconfessável atração. Há o mestiço Martin Pawley (órfão agregado à família), representado por Jeffrey Hunter, de quem Ethan não esconde o desprezo.
O rancho sofre ataque de índios comanches, chefiados por Scar (Henry Brandon). Os Edwards são dizimados. A pequena sobrinha Debbie (Natalie Wood) é raptada.
Ao lado de Martin – que conquistará o respeito e admiração de Ethan –, Wayne parte em busca da menina e do bando que a capturou. Durante cinco anos, Ethan empreende caçada implacável, deixando no caminho rastros de ódio.
O espectador testemunhará qual o sentimento de Ethan pelos índios. Em cena emblemática, atira nos olhos de um cadáver. Dessa forma, explica o personagem, sem olhos, a alma do comanche não entrará na Terra dos Mortos e ficará vagando eternamente, conforme o sistema religioso da tribo. O olhar de Wayne despeja fúria e repugnância.
Muitos clássicos, não somente de faroeste – gênero em que foi mestre –, foram dirigidos por Ford. O Prisioneiro da Ilha dos Tubarões (1936), No Tempo das Diligências (1939), A Mocidade de Lincoln (1939), As Vinhas da Ira (1940), Rio Grande (1950), O Homem que Matou o Facínora (1962) e outros. Rastros de Ódio, na minha opinão, é insuperável.
terça-feira, 3 de julho de 2012
Possessão
Denso, Possessão (Alemanha-França, 1981), do polonês Andrzej Zulawski, teve justo reconhecimento. Atuações notáveis, fotografia seca e direção segura consagraram o filme. Isabelle Adjani, uma das mais belas e talentosas atrizes do cinema europeu, e Sam Neil formam o casal patológico da trama, refinado horror.
À sombra da infidelidade, Ana (Adjani), dona de casa e mãe, mantém turbulenta relação com Marc (Neil). Ela conserva três vidas paralelas, de personalidades distintas, enquanto o casamento submerge no colapso. Aos poucos, a loucura avança e se apossa da mente de Ana. Marc será arrastado para esse vórtice profundo. Um monstro domina Isabelle, transformando-a em assassina.
Tal qual ervas daninhas, brotam cenas de intensa dramaticidade. Na cozinha, Ana corta o pescoço com uma faca. É agredida fisicamente por Marc, até a boca sangrar. No metrô, sofre acesso de histeria, rolando no chão e nas paredes – o clímax tem vômito e sangue.
O cenário do longa reflete a existência de Ana – a Berlim dividida em duas durante a Guerra Fria. A história da película se passa na parte oriental (socialista), com locações próximas ao Muro de Berlim.
Pelo trabalho, Adjani conquistou, em 1982, o prêmio Cesar de melhor atriz.
À sombra da infidelidade, Ana (Adjani), dona de casa e mãe, mantém turbulenta relação com Marc (Neil). Ela conserva três vidas paralelas, de personalidades distintas, enquanto o casamento submerge no colapso. Aos poucos, a loucura avança e se apossa da mente de Ana. Marc será arrastado para esse vórtice profundo. Um monstro domina Isabelle, transformando-a em assassina.
Tal qual ervas daninhas, brotam cenas de intensa dramaticidade. Na cozinha, Ana corta o pescoço com uma faca. É agredida fisicamente por Marc, até a boca sangrar. No metrô, sofre acesso de histeria, rolando no chão e nas paredes – o clímax tem vômito e sangue.
O cenário do longa reflete a existência de Ana – a Berlim dividida em duas durante a Guerra Fria. A história da película se passa na parte oriental (socialista), com locações próximas ao Muro de Berlim.
Pelo trabalho, Adjani conquistou, em 1982, o prêmio Cesar de melhor atriz.
segunda-feira, 2 de julho de 2012
Os Três Mosqueteiros
Deliciosa a versão de Os Três Mosqueteiros de George Sidney (Estados Unidos, 1948). Assim como o romance de Alexandre Dumas, o filme é trepidante. Diretor de musicais (O Barco das Ilusões e Marujos do Amor), Sidney realiza uma obra-prima do gênero capa e espada.
No século 17, o jovem gascão D'Artagnan (Gene Kelly) ruma a Paris para se tornar mosqueteiro do rei. Junto aos amigos Athos (Van Heflin), Porthos (Gig Young) e Aramis (Robert Coote), os três mosqueteiros, D'Artagnan enfrentará vários desafios. Terá de superar as artimanhas do cardeal Richelieu (o grande Vincent Price) e de lady de Winter (Lana Turner), bela e má, sedutora e traiçoeira. Cercado de muitos perigos, conhecerá o amor da doce Constance (June Allyson) e cortejará a mulher diabólica.
Astro de Dançando na Chuva, Kelly tem atuação magnífica, digna do herói de Dumas. As lutas contra os homens do cardeal são acrobáticas. A perseguição à beira do mar, eletrizante.
O livro rendeu momentos memoráveis ao cinema. Da paródia do genial Max Linder (1922) – Richelieu transmite ordens por telefone! – à encantadora adaptação feita em 1973 por Richard Lester (no elenco, Michael York, Oliver Reed, Charlton Heston, Christopher Lee, Richard Chamberlain e Raquel Welch). O desejo de Lester era que a película fosse estrelada pelos Beatles.
No século 17, o jovem gascão D'Artagnan (Gene Kelly) ruma a Paris para se tornar mosqueteiro do rei. Junto aos amigos Athos (Van Heflin), Porthos (Gig Young) e Aramis (Robert Coote), os três mosqueteiros, D'Artagnan enfrentará vários desafios. Terá de superar as artimanhas do cardeal Richelieu (o grande Vincent Price) e de lady de Winter (Lana Turner), bela e má, sedutora e traiçoeira. Cercado de muitos perigos, conhecerá o amor da doce Constance (June Allyson) e cortejará a mulher diabólica.
Astro de Dançando na Chuva, Kelly tem atuação magnífica, digna do herói de Dumas. As lutas contra os homens do cardeal são acrobáticas. A perseguição à beira do mar, eletrizante.
O livro rendeu momentos memoráveis ao cinema. Da paródia do genial Max Linder (1922) – Richelieu transmite ordens por telefone! – à encantadora adaptação feita em 1973 por Richard Lester (no elenco, Michael York, Oliver Reed, Charlton Heston, Christopher Lee, Richard Chamberlain e Raquel Welch). O desejo de Lester era que a película fosse estrelada pelos Beatles.
Cinema expressionista alemão
De hoje a 20 de julho a Sala Redenção, da Ufrgs, em Porto Alegre, passa um ciclo imperdível: cinema expressionista alemão. A mostra apresenta trabalhos de nomes fundamentais do movimento.
No rol da programação: O Gabinete do Dr. Caligari, O Golem, Nosferatu, A Última Gargalhada, Fausto, Dr. Mabuse: O Jogador, Dr. Mabuse: O Inferno do Crime, Metrópolis, M – O Vampiro de Düsseldorf, Os Mil Olhos do Dr. Mabuse, O Gabinete das Figuras de Cera, O Gato e o Canário, O Homem que Ri (conferir postagem) e O Estudante de Praga.
Poucas vezes se fez filmes tão bons.
No rol da programação: O Gabinete do Dr. Caligari, O Golem, Nosferatu, A Última Gargalhada, Fausto, Dr. Mabuse: O Jogador, Dr. Mabuse: O Inferno do Crime, Metrópolis, M – O Vampiro de Düsseldorf, Os Mil Olhos do Dr. Mabuse, O Gabinete das Figuras de Cera, O Gato e o Canário, O Homem que Ri (conferir postagem) e O Estudante de Praga.
Poucas vezes se fez filmes tão bons.
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