Repelido pela crítica mais conservadora, que o estimou arrastado, se impôs como referência no gênero. O clima operístico de algumas passagens em nada diminui os méritos do trabalho. A música cativante de Ennio Morricone impregna o longa.
Estradas de ferro cortam os Estados Unidos. Nesse ambiente de transformação, quatro personagens se encontram. Frank (Fonda), pistoleiro contratado pelo dono da ferrovia; Harmônica (Bronson), homem que busca vingança; Cheyenne (Robards), bandido; e Jill McBain (Claudia), ex-prostituta, viúva de um proprietário de terra morto por Frank. Jill tenta proteger seu torrão. Harmônica e Cheyenne a ajudam.
O filme é fértil de cenas inesquecíveis. Uma delas, erótica, ocorre quando Jill e Frank, que a princípio quer assassiná-la, se acariciam na cama – o busto da bela arfa.
Outra, claro, é o duelo final. Bronson, de face pétrea, e Fonda, de olhar impassível, têm contas a ajustar. O motivo será descoberto instantes antes do confronto, momento sublime da película. A melodia, o sol, o movimento de estranheza e aproximação dos oponentes – cada detalhe eleva a qualidade do desfecho.
Bronson (E) e Fonda no duelo final
Última consideração. De certa maneira, Era Uma Vez no Oeste lembra um aspecto de Os Brutos Também Amam (conferir postagem). Assim como o clássico de George Stevens, o progresso elimina forças sociais arraigadas. No caso, o homem que vive pelas armas. E morre por elas.