Sem Novidades no Front (All Quiet on the Western Front, Estados Unidos, 1930) é um dos melhores retratos da Primeira Guerra Mundial. Realizado por Lewis Milestone e baseado no romance homônimo de Erich Maria Remarque (1898-1970), o drama representa extraordinário manifesto pacifista – o livro foi proibido pelos nazistas. Esmerada produção, venceu o Oscar de Melhor Filme e Melhor Diretor.
A narrativa acompanha a trajetória de um grupo de estudantes alemães que, insuflado pelo nacionalismo do professor, se alista como voluntário na infantaria germânica. A dureza do treinamento e o rigor do sargento – sádico – mostram aos jovens o gosto da realidade futura nas terras francesas. A alegria da marcha para a linha de choque dá lugar ao batismo de fogo, aos ferimentos, à morte. Bombas, tiros de metralhadora e fuzil dizimam, pouco a pouco, a tropa atolada nas trincheiras.
Drama pacifista é marco dos bons filmes de guerra |
O contato dos novatos com os veteranos; a busca por comida, diversão e mulheres; a camaradagem na caserna; o medo que nasce sob a imensa pressão do combate; a comida racionada pelo gordo e safado cozinheiro; o hospital repleto de baixas; a noite iluminada pelas luzes do inimigo; o campo cravado de buracos de obuses. Enfim, esses e outros elementos compõem a miscelânea do quadro, onde estar vivo é a principal vitória. Não há novidades, apenas as mesmas notícias de óbito e sofrimento.
Sem Novidades no Front, história também conhecida como Nada de Novo no Front, permanece farol de advertência para todas as gerações. Interpretações marcantes, alta qualidade e realismo das tomadas consagraram a película, constante referência de bom filme de guerra.