A aventura da presidente Dilma Rousseff a bordo de uma motocicleta em Brasília, se verdadeira ou não, parece história de cinema. Filmes clássicos abordaram o tema.
Em A Princesa e o Plebeu (1953), dirigido por William Wyler, a jovem Ann, entediada da rotina palaciana, foge pelas ruas de Roma. Interpretada por Audrey Hepburn, a personagem conhece o repórter Joe Bradley, vivido por Gregory Peck. Sobre uma motoneta, os dois percorrem as paisagens da Cidade Eterna.
A diva Greta Garbo estrelou Anna Christie (1930), do cineasta Clarence Brown. No longa, a atriz interpreta a rainha da Suécia Anna Christie. Cansada do dia a dia de governo, ela parte, vestida de homem, a cavalo por estradas do país. No caminho, encontra o amor.
O saldo das aventuras foi inesquecível. Ao menos na grande tela.
Este espaço é sobre cinema clássico, de obras consagradas a esquecidas. Dedico a meus pais, que, nas longínquas noites de Santa Maria (RS) do final dos anos 70 e início dos 80, permitiam que eu visse filmes na TV. Foi quando descobri o grande espetáculo – Ben-Hur, Cleópatra, El Cid, Lawrence da Arábia, Doutor Jivago. Parafraseando o escritor argentino Jorge Luis Borges, foram os primeiros que vi, e, possivelmente, serão os últimos.
sexta-feira, 23 de agosto de 2013
quarta-feira, 14 de agosto de 2013
A Ponte do Rio Kwai
Modelo de megaespetáculo das telas, A Ponte do Rio Kwai (The Bridge on the River Kwai, Estados Unidos-Reino Unido, 1957) foi a primeira superprodução assinada por David Lean. Diretor de Lawrence das Arábias (1962), Doutor Jivago (1965) e A Filha de Ryan (1970), alcançou, com aquele título, o reconhecimento do grande público. Baseado no romance homônimo de Pierre Boulle (1912-1994), A Ponte do Rio Kwai tem, como pontos memoráveis, a música contagiante, a atuação do astro Alec Guinness e os cenários grandiosos e autênticos.
Em 1943, em plena Segunda Guerra Mundial, em meio às quentes e chuvosas selvas do sudeste asiático, o Japão constrói a Ferrovia da Birmâmia (hoje, Myanmar). A estrada de ferro ficou conhecida pelo nome de Ferrovia da Morte, devido ao elevado número de trabalhores que perderam a vida durante a empreitada. As tropas nipônicas utilizaram exaustivamente a mão de obra de prisioneiros aliados. Esse é o pano de fundo da película.
O rígido coronel Nicholson (Guinness) decide mostrar aos algozes que o soldado britânico, mesmo encarcerado em um campo de detenção, é disciplinado e possui inflexível moral. Ele assume a tarefa de erguer, em prol do inimigo, uma sólida ponte sobre o rio Kwai, motivo de júbilo para quem a fazê-la. Por ela serão transportados tropas e equipamentos bélicos.
Ao contrário de Nicholson, que rejeita a fuga, o major americano Shears (William Holden) fixa o objetivo de escapar. Após conseguir o que tanto almeja, deve retornar à região. Sob as ordens do major Warden (Jack Hawkins, excelente ator), Shears integra o comando britânico encarregado de explodir a passagem férrea. A missão põe em xeque o orgulho e a lealdade de Nicholson.
A Ponte do Rio Kwai tem 161 minutos de duração. O longa recebeu inúmeros prêmios. Sete Oscars (entre eles, o de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator – Guinness – e Melhor Fotografia) e o David di Donatello, de Melhor Filme Estrangeiro, foram alguns dos concedidos.
Uma inesquecível experiência cinematográfica.
Em 1943, em plena Segunda Guerra Mundial, em meio às quentes e chuvosas selvas do sudeste asiático, o Japão constrói a Ferrovia da Birmâmia (hoje, Myanmar). A estrada de ferro ficou conhecida pelo nome de Ferrovia da Morte, devido ao elevado número de trabalhores que perderam a vida durante a empreitada. As tropas nipônicas utilizaram exaustivamente a mão de obra de prisioneiros aliados. Esse é o pano de fundo da película.
O rígido coronel Nicholson (Guinness) decide mostrar aos algozes que o soldado britânico, mesmo encarcerado em um campo de detenção, é disciplinado e possui inflexível moral. Ele assume a tarefa de erguer, em prol do inimigo, uma sólida ponte sobre o rio Kwai, motivo de júbilo para quem a fazê-la. Por ela serão transportados tropas e equipamentos bélicos.
Ao contrário de Nicholson, que rejeita a fuga, o major americano Shears (William Holden) fixa o objetivo de escapar. Após conseguir o que tanto almeja, deve retornar à região. Sob as ordens do major Warden (Jack Hawkins, excelente ator), Shears integra o comando britânico encarregado de explodir a passagem férrea. A missão põe em xeque o orgulho e a lealdade de Nicholson.
Megaprodução foi um sucesso de público e crítica |
A Ponte do Rio Kwai tem 161 minutos de duração. O longa recebeu inúmeros prêmios. Sete Oscars (entre eles, o de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator – Guinness – e Melhor Fotografia) e o David di Donatello, de Melhor Filme Estrangeiro, foram alguns dos concedidos.
Uma inesquecível experiência cinematográfica.
terça-feira, 6 de agosto de 2013
Sementes do Mal
Semente do Mal (Mauvaise Graine, França, 1933) é o primeiro filme dirigido por Billy Wilder, criador de Cinco Covas no Egito (1943), Farrapo Humano (1945), Crepúsculo dos Deuses (1950), Quanto Mais Quente Melhor (1959) e outros marcos da grande tela. Nascido no ano de 1906 em uma família judaica vienense, escapou de Berlim em 1933, quando os nazistas ascenderam ao poder – a mãe e avós foram assassinados em Auschwitz. Mudou-se para Paris e, posteriormente, aos Estados Unidos. Após enfrentar dificuldades econômicas (o lendário ator Peter Lorre o ajudou), conseguiu entrar na indústria cinematográfica.
O longa de estreia conta a história do jovem Henri Pasquier (Pierre Mingand), bon-vivant que, depois de brigar com o pai, renomado médico, ingressa em uma quadrilha de ladrões de carro que age na capital francesa. A obra tem qualidades que consagraram Wilder como roteirista e diretor. Movimento dinâmico da câmera, crítica social, aguda visão humana, sensualidade estão presentes na película.
O modus operandi do grupo criminoso é simples e comum. A bela Jeannette (Danielle Darrieux) atrai motoristas incautos para a armadilha. Com a vítima distraída, em cafés ou restaurantes, telefona aos comparsas, informando a localização do veículo, modelo (Studebaker, por exemplo) e placas. Cúmplices vão ao "teatro de operações" e efetuam o furto. Os automóveis, com cores e número de identificação trocados na oficina, são vendidos a receptadores.
Henri mostra "talento" para a prática do delito. Ao lutar em prol da melhor divisão dos lucros, choca-se com os interesses do líder da organização. Apaixonado por Jeannete, Henri tenta nova vida. Aliás, o espectador deve ter atenção na tomada que mostra o par caminhando na estrada.
Wilder voltou a conduzir filmes em 1942, com A Incrível Suzana. A partir de então, construiu carreira respeitada em Hollywood, mesmo com altos e baixos. Poucos, porém, tiveram trajetória tão prolixa e meritória.
O longa de estreia conta a história do jovem Henri Pasquier (Pierre Mingand), bon-vivant que, depois de brigar com o pai, renomado médico, ingressa em uma quadrilha de ladrões de carro que age na capital francesa. A obra tem qualidades que consagraram Wilder como roteirista e diretor. Movimento dinâmico da câmera, crítica social, aguda visão humana, sensualidade estão presentes na película.
O modus operandi do grupo criminoso é simples e comum. A bela Jeannette (Danielle Darrieux) atrai motoristas incautos para a armadilha. Com a vítima distraída, em cafés ou restaurantes, telefona aos comparsas, informando a localização do veículo, modelo (Studebaker, por exemplo) e placas. Cúmplices vão ao "teatro de operações" e efetuam o furto. Os automóveis, com cores e número de identificação trocados na oficina, são vendidos a receptadores.
Filme, rodado na França, marca a estreia de Billy Wilder como diretor |
Henri mostra "talento" para a prática do delito. Ao lutar em prol da melhor divisão dos lucros, choca-se com os interesses do líder da organização. Apaixonado por Jeannete, Henri tenta nova vida. Aliás, o espectador deve ter atenção na tomada que mostra o par caminhando na estrada.
Wilder voltou a conduzir filmes em 1942, com A Incrível Suzana. A partir de então, construiu carreira respeitada em Hollywood, mesmo com altos e baixos. Poucos, porém, tiveram trajetória tão prolixa e meritória.
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