quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Dica do final de semana (5): Febre de Xadrez

Há poucos dias, o norueguês prodígio Magnus Carlsen ganhou o título mundial de xadrez. Sobre o esporte, vale conferir a comédia Febre de Xadrez (Shakhmatnaya Goryachka, União Soviética, 1925), dirigida por Vsevolod Pudovkin – de A Mãe – e Nikolai Shpikovsky. A União Soviética foi notável centro de estudos teóricos e da prática do xadrez.

A história é simples: apaixonado enxadrísta esquece de tudo, até dos compromissos amorosos, para se dedicar à arte do tabuleiro. A namorada, que odeia o jogo, parte sozinha a perambular por Moscou. No caminho, conhece um homem... o então campeão mundial, o cubano José Raúl Capablanca.

Comédia soviética de 1925 descreve a paixão pelo jogo

Os realizadores aproveitaram o torneio de xadrez realizado na capital soviética em 1925 para fazer o curta-metragem. Aparecem na tela os grandes mestres Frank Marshall (Estados Unidos), Carlos Torre (México), Rudolph Spielmann (Áustria) e outros.

A película pode ser encontrada no endereço http://www.youtube.com/watch?v=0kwtVRAS3Io. As legendas estão em inglês.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Dica do final de semana (4): Três Dias do Condor

Três Dias do Condor (Three Days of the Condor, Estados Unidos, 1975) é suspense inquietante, um dos grandes sucessos do diretor Sydney Pollack.

O astro Robert Redford interpreta o agente da CIA Joseph Turner, o Condor. Ele trabalha em uma unidade de informações da agência de inteligência americana.

Astro Robert Redford interpreta agente da CIA 

A equipe de Turner é massacrada, sendo ele o único sobrevivente da chacina.  Caçado, o personagem sequestra Kathy Hale (Faye Dunaway), que o ajuda escapar e a esclarecer o caso. No elenco, Max von Sydow e Cliff Robertson.

Tema atual.

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

O Gabinete do Doutor Caligari

Existem obras que marcam a história da sétima arte. O Encouraçado Potemkin (1925) e Cidadão Kane (1941), narrativas revolucionárias, são exemplos conhecidos. Nesse rol, tem lugar de honra O Gabinete do Doutor Caligari (Das Cabinet des Dr. Caligari, Alemanha, 1919), autêntico manifesto do movimento expressionista no cinema. Nessa corrente estética, fundamental nas décadas iniciais do século 20, o que vale são as emoções subjetivas do artista.

Essa trama de terror, que mistura realidade e alucinação, é caracterizada pelos cenários estilizados, com ângulos distorcidos, com o contraste de cores – o preto e o branco. Dirigido por Robert Wiene e com roteiro de Carl Mayer e Hans Janowitz, o filme tem o elenco encabeçado por Werner Krauss e o lendário Conrad Veidt.

Num vilarejo montanhoso alemão, Holstenwall, o misterioso doutor Caligari (Krauss) chega acompanhado do sonâmbulo Cesare (Veidt), que, segundo aquele, está adormecido há mais de 20 anos. Caligari pede autorização para mostrar a "atração" na feira da cidade. Cesare, ao acordar, mostra-se capaz de prever o futuro.

Cenários estilizados caracterizam o clássico expressionista

A partir do primeiro "show", estranhos assassinatos ocorrem. A polícia busca o homicida. Pistas surgem, pistas desaparecem. A tensão da atmosfera aumenta.

O Gabinete do Doutor Caligari representa um dos grandes momentos do cinema mudo, influenciando futuras produções, dentro ou fora da Alemanha. O jornalista e crítico Paulo Paranaguá esclarece, no livro "Cinema na América Latina  - Longe de Deus e Perto De Hollywood" (Porto Alegre, L&PM, 1985), a respeito da passagem para a película sonora: "O cinema mudo acabou quando estava no seu auge e não por esgotamento intrínseco. Seu fim obedeceu a causas econômicas, pois sua linguagem havia alcançado altos níveis de expressão, rompendo as amarras com a fotografia, o teatro, o circo".

O trabalho de Wiene é indispensável para o cinéfilo.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Carrie, a Estranha

O diretor Brian De Palma recebeu grande influência de Alfred Hitchcock. A condução da narrativa, que amarra o espectador; o emprego de música tensa; o voyeurismo; o virtuosismo técnico. Esses são elementos típicos do mestre do suspense e do pupilo. Em Carrie, a Estranha (Carrie, Estados Unidos, 1976) – baseado no romance homônimo de Stephen King –, De Palma alcançou enorme sucesso. Terror, sangue e morte mesclam-se nessa obra lírica e fascinante. Houve remakes em 2002 e 2013.

Carrie White (Sissy Spacek) é uma adolescente problemática, sem amigos e isolada. Mas a personagem principal tem o poder espantoso da telecinésia, a capacidade de mover objetos com a mente.

Dominada pela mãe Margaret (Piper Laurie, em excelente atuação), autoritária e fanática religiosa, a jovem sofre bullying na escola. Logo no início da película, uma cena marcante: Carrie, ao banhar-se no vestiário após a aula de educação física, menstrua pela primeira vez. Ela desconhece o fenômeno. Ao pedir socorro, é humilhada pelas colegas. A professora Collins (Betty Buckley) passa a protegê-la, incentivando-a a ter autoestima e a mudar de postura.

Sue Snell (Amy Irving), arrependida do que fez, convence o namorado Tommy Ross (William Katt) – popular aluno – a convidar Carrie ao baile de fim de ano. A vilã Chris Hargensen (Nancy Allen), que foi punida pela direção da instituição, age para ridicularizar, em público, a frágil garota. Ao lado do comparsa Billy Nolan (o iniciante John Travolta), arma vingança a fim de traumatizar Carrie para o resto da vida.
Como a mola pressionada por longo tempo, Carrie mostra a incrível força paranormal que possui. O clímax da história é arrasador.

Clímax do filme do diretor Brian De Palma é arrasador.

Após lançar Carrie, a Estranha, De Palma realizou A Fúria (1978), com Kirk Douglas e John Cassavetes no elenco. A telecinésia novamente foi tema. Desta vez, Amy Irving interpretou a paranormal.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Dica do final de semana (3): M

Joseph Losey refilmou M, o Vampiro de Düsseldorf, clássico do alemão Fritz Lang. M (M, Estados Unidos, 1951), na versão do diretor norte-americano, faz jus ao original alemão, sem alterar a história do suspense e o requinte da fotografia.

David Wayne interpreta Martin W. Harrow, o maníaco assassino de crianças. O pânico causado pela quantidade e perfil dos delitos mobiliza a comunidade, a polícia e uma grande organização criminosa. Os próprios delinquentes sentem-se prejudicados, em seus negócios, pelo serial killer.

Refilmagem (foto) de 1951 faz jus ao clássico de Fritz Lang

Vale a pena ver ou rever a película de Lang, na qual a atuação de Peter Lorre – o vilão da trama – é fenomenal.