Uma das melhores adaptações para o cinema da obra do francês Júlio Verne (1828-1905) teve David Niven e Cantinflas nos papéis principais. Codirigido por Michael Anderson, Kevin McClory e Sidney Smith, A Volta ao Mundo em 80 Dias (Around the World in Eighty Days, Estados Unidos, 1956) diverte o espectador do início ao fim.
No ambiente vitoriano do século 19, Niven é enigmático e fleumático cavalheiro inglês Phileas Fogg, que tem sua rotina diária rigidamente prevista e cronometrada. O personagem integra o austero Clube Reformador, onde passa o dia jogando cartas. Ele aposta com colegas de baralho que é possível, com o avanço dos meios de transporte, percorrer a Terra em 80 dias. À época, façanha inimaginável, menos para o determinado Mr. Fogg. Acompanhado pelo incrédulo criado Passepartout, interpretado pelo comediante mexicano Cantinflas, Fogg inicia a longa jornada. Se fracassar, perderá sua fortuna.
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David Niven interpreta Philleas Fogg e Cantinflas, Passepartout |
O itinerário dos heróis não corresponde examente ao livro, mas isso não enfraquece em nada a película. Londres, canal de Suez, Bombaim, Calcutá, Hong Kong, Yokohama, São Francisco, Nova York, Londres. Balão – isto não tem no texto de Verne –, trem, navio, elefante são utilizados para levá-los à frente.
O impávido Fogg e o intrépido Passepartout enfrentam perigos e contratempos, muitos capazes de inviabilizar a meta. Com coragem, inteligência e muito dinheiro, ambos avançam por dimensões continentais, enquanto o tempo escorre. No caminho, ganham a companhia da jovem princesa indiana Aouda (Shirley MacLaine) e do inspetor Fix (Robert Newton), que, sem revelar seu segredo, persegue Fogg por supô-lo ladrão de banco.
Marlene Dietrich, John Carradine, Frank Sinatra, Peter Lorre e Buster Keaton participam do elenco dessa superprodução. A Volta ao Mundo em 80 Dias venceu em cinco categorias o Oscar de 1957: melhor filme (concorreu com O Rei e Eu e Os Dez Mandamentos), montagem, roteiro adaptado, trilha sonora e fotografia.