Na
época da Grande Depressão nos Estados Unidos, na década de 1930, o pastor Harry
Powell (Mitchum) conhece na prisão o ladrão Ben Harper (Peter Graves),
condenado à morte. Este havia escondido 10 mil dólares com os dois filhos, um
menino e uma menina.
Com a
cobiça atiçada, Harry parte atrás da fortuna. Conhece a viúva Willa Harper (a
ótima Shelley Winters), dócil e manipulável. Ela fica impressionada com Harry,
aceitando casar-se com ele. Mas logo constata-se que o novo marido,
indisfaçável misógino, a repele, impingido-lhe poderoso sentimento de culpa.
O
filme ganha ritmo quando Harry começa a perseguir e aterrorizar as crianças. O
personagem quer, a todo custo, descobrir o local onde está o dinheiro. Não há
limites para a jornada doentia. A personalidade patológica é reforçada por duas
tatuagens: nos dedos da mão direita a palavra love (amor) e nos da esquerda,
hate (ódio). A síntese da luta do bem e do mal.
Assim como o lendário Marlon Brando
dirigiu somente um longa – o western A Face Oculta, de 1961 –, Laughton
dedicou-se a trabalhar do outro lado das câmeras apenas em O Mensageiro do
Diabo. O talento de Laughton na arte de atuar continua a brilhar em películas
da estatura de O Corcunda de Notre Dame (1937), Testemunha de Acusação (1957) e
Spartacus (1961).