terça-feira, 6 de agosto de 2013

Sementes do Mal

Semente do Mal (Mauvaise Graine, França, 1933) é o primeiro filme dirigido por Billy Wilder, criador de Cinco Covas no Egito (1943), Farrapo Humano (1945), Crepúsculo dos Deuses (1950), Quanto Mais Quente Melhor (1959) e outros marcos da grande tela. Nascido no ano de 1906 em uma família judaica vienense, escapou de Berlim em 1933, quando os nazistas ascenderam ao poder – a mãe e avós foram assassinados em Auschwitz. Mudou-se para Paris e, posteriormente, aos Estados Unidos. Após enfrentar dificuldades econômicas (o lendário ator Peter Lorre o ajudou), conseguiu entrar na indústria cinematográfica.

O longa de estreia conta a história do jovem Henri Pasquier (Pierre Mingand), bon-vivant que, depois de brigar com o pai, renomado médico, ingressa em uma quadrilha de ladrões de carro que age na capital francesa. A obra tem qualidades que consagraram Wilder como roteirista e diretor. Movimento dinâmico da câmera, crítica social, aguda visão humana, sensualidade estão presentes na película.

O modus operandi do grupo criminoso é simples e comum. A bela Jeannette (Danielle Darrieux) atrai motoristas incautos para a armadilha. Com a vítima distraída, em cafés ou restaurantes, telefona aos comparsas, informando a localização do veículo, modelo (Studebaker, por exemplo) e placas. Cúmplices vão ao "teatro de operações" e efetuam o furto. Os automóveis, com cores e número de identificação trocados na oficina, são vendidos a receptadores.


Filme, rodado na França, marca a estreia de Billy Wilder como diretor

Henri mostra "talento" para a prática do delito. Ao lutar em prol da melhor divisão dos lucros, choca-se com os interesses do líder da organização. Apaixonado por Jeannete, Henri tenta nova vida. Aliás, o espectador deve ter atenção na tomada que mostra o par caminhando na estrada.

Wilder voltou a conduzir filmes em 1942, com A Incrível Suzana. A partir de então, construiu carreira respeitada em Hollywood, mesmo com altos e baixos. Poucos, porém, tiveram trajetória tão prolixa e meritória.

Nenhum comentário:

Postar um comentário