terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Lola Montès

Lola Montès (Lola Montès, França, 1955), do diretor alemão Max Ophuls, causou perplexidade quando foi lançado. Narrativa barroca e fragmentada, o drama desenha a trajetória da dançarina exótica e cortesã do século 19 Lola Montez (Martine Carol), que colecionou amantes como outras arrecadam joias. O compositor Franz Liszt e o rei da Baviera Luís I estão no rol das conquistas mais conhecidas.

A história de Lola é contada em um picadeiro, desde a adolescência difícil até o apogeu e queda. O mestre de cerimônias, interpretado por Peter Ustinov, afirma que a personagem, mulher dotada de extrema beleza, é mais perigosa do que qualquer fera enjaulada no circo. Autêntica femme fatale, ela sabe utilizar a sedução para sobrevivier e triunfar na vida.

Vida da famosa dançarina foi contada em um picadeiro

Por padrões conservadores – mesmo atuais –, a vida de Lola feriu padrões de comportamento. Além da existência amorosa agitada, provocou polêmica ao adotar o estilo flamenco e  fumar charutos – foi a primeira mulher na Europa a consumir os cubanos. Assim como astros da música pop, Lola sabia que o escândalo, a provocação, também gera dinheiro.

As cenas que envolvem Lola e o monarca são marcantes. Merecem menção duas. Primeiro, aquela em que o governante escolhe, com critério sui generis, o artista que pintará o quadro da musa, nomeada condessa de Landsfeld. Depois, a da agitação revolucionária de 1848, a chamada Primavera dos Povos.

Max Ophuls, nascido Maximillian Oppenheimer  em 1902, na Alemanha, foi um grande esteta do cinema, da mesma maneira que Luchino Visconti. Tal qual o italiano,  dedicou-se ao teatro. Ophuls assinou clássicos da tela, como Carta de Uma Desconhecida (1948) e Coração Prisioneiro (1949). Com o advento do nazismo, saiu da Alemanha. Lola Montès foi seu último filme.

Nenhum comentário:

Postar um comentário