Originalmente, o título era Os Assassinos Estão Entre Nós. Mas, em decorrência de ameaças do já poderoso Partido Nazista, o nome foi alterado, pois poderia ser interpretado como alusão à malta hitlerista. O M deriva da palavra mörder, assassino no idioma de Goethe.
Na Alemanha entreguerras, o serial killer Hans Beckert (Lorre) sequestra e mata crianças. A população mergulha no pânico. As autoridades, mobilizadas pela pressão da comunidade, fazem buscas nas ruas e buracos enfumaçados. Suspeita-se de todos – o maníaco pode ser o colega de trabalho, o vizinho, o transeunte.
A caçada policial traz problemas para as organizações criminosas, que veem seus rendimentos despencarem. Os líderes das gangues encontram uma saída: capturá-lo e, eles mesmos, julgá-lo. Aliam-se à associação de mendigos, espalhando vigias em vários pontos da cidade. Ao identificá-lo, a letra M é grafada em suas costas.
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Atuação de Peter Lorre o tornou um mito do cinema |
Primeiro longa sonoro do realizador austríaco, M, o Vampiro de Düsseldorf afasta-se da corrente expressionista e aproxima-se do realismo social. Em Dicionário de Cinema - Os Diretores, da editora L&PM, Jean Tulard destaca a importância da película. "Inspirando-se numa história policial, a obra era uma evocação alucinante do mundo das quadrilhas. Além de Peter Lorre, toda a sociedade alemã era acusada. A utilização do som mostrava por outro lado o quanto Lang havia dominado perfeitamente o cinema falado."
Marido e mulher, Lang e Thea von Harbou, roteiristas do filme, tiveram destinos opostos. Ele partiu para o exílio, enquanto ela permaneceu em Berlim, servindo aos novos senhores e carrascos. Os dois se divorciaram em 1934. Lorre, judeu nascido László Löwenstein, escapou da perseguição nazista. Atuou em clássicos, como Relíquia Macabra (1941) e Casablanca (1942).
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