terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

M, o Vampiro de Düsseldorf

Obra-prima do diretor e roteirista Fritz Lang, M, o Vampiro de Düsseldorf (M, Eine Stadt Sucht Einen Mörder, Alemanha, 1931) integra a lista das principais produções do cinema mundial. Ao lado de Dr. Mabuse, o Jogador  (1922) e Metrópolis (1927), representa o auge do realizador. A interpretação fulgurante do ator Peter Lorre o tornou um mito da sétima arte.

Originalmente, o título era Os Assassinos Estão Entre Nós. Mas, em decorrência de ameaças do já poderoso Partido Nazista, o nome foi alterado, pois poderia ser interpretado como alusão à malta hitlerista. O M deriva da palavra mörder, assassino no idioma de Goethe.

Na Alemanha entreguerras, o serial killer Hans Beckert (Lorre) sequestra e mata crianças. A população mergulha no pânico. As autoridades, mobilizadas pela pressão da comunidade, fazem buscas nas ruas e buracos enfumaçados. Suspeita-se de todos – o maníaco pode ser o colega de trabalho, o vizinho, o transeunte.

A caçada policial traz problemas para as organizações criminosas, que veem seus rendimentos despencarem. Os líderes das gangues encontram uma saída: capturá-lo e, eles mesmos, julgá-lo. Aliam-se à associação de mendigos, espalhando vigias em vários pontos da cidade. Ao identificá-lo, a letra M é grafada em suas costas.


Atuação de Peter Lorre o tornou um mito do cinema

Primeiro longa sonoro do realizador austríaco, M, o Vampiro de Düsseldorf afasta-se da corrente expressionista e aproxima-se do realismo social. Em Dicionário de Cinema - Os Diretores, da editora L&PM,  Jean Tulard destaca a importância da película. "Inspirando-se numa história policial, a obra era uma evocação alucinante do mundo das quadrilhas. Além de Peter Lorre, toda a sociedade alemã era acusada. A utilização do som mostrava por outro lado o quanto Lang havia dominado perfeitamente o cinema falado."

Marido e mulher, Lang e Thea von Harbou, roteiristas do filme, tiveram destinos opostos. Ele partiu para o exílio, enquanto ela permaneceu em Berlim, servindo aos novos senhores e carrascos. Os dois se divorciaram em 1934. Lorre, judeu nascido László Löwenstein, escapou da perseguição nazista. Atuou em clássicos, como Relíquia Macabra (1941) e Casablanca (1942).

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