segunda-feira, 4 de março de 2013

A Mãe

Na década de 1920, a escola soviética de cinema dividiu com a alemã a posição de a melhor do mundo. Basta mencionar a contribuição de Serguei Eisenstein (O Encouraçado Potemkin) e Dziga Vertov (Um Homem Com Uma Câmera). Outros nomes são hoje pouco lembrados. Entre eles merece destaque o de Vsevolod Pudovkin, realizador e teórico do cinema mudo.

A montagem, ou seja, a seleção e articulação de planos, sequências e cenas, representa, conforme Pudovkin, o cerne da arte. Aplicou a concepção em filmes como A Mãe (Mat, União Soviética, 1926), baseado no romance homônimo de Máximo Gorki (1868-1936). O livro retrata o caldeirão político em que vivia a Rússia nos últimos anos do regime tsarista, derrubado em 1917.

Durante as agitações revolucionárias de 1905, uma família operária entra em colapso. O pai Vlasov (Aleksandr Chistyakov), um bêbado e fura-greve, é assassinado acidentalmente por militante amigo de seu filho, Pavel (Nikolai Batalov). A fim de ajudar o deslinde do caso, a mãe Niovna Vlasova (Vera Baranovskaya) auxilia os investigadores. O ato da viúva, de boa-fé, compromete o jovem com as autoridades públicas.

O drama provoca em Vlasova algo novo para ela, a conscientização de classe. Em momento memorável, a mãe, no meio da multidão reprimida de trabalhadores, carrega a bandeira vermelha, símbolo internacional do comunismo. Após sofrer terrível perda, lágrimas escorrem no rosto da heroína.


Filme é importante drama político produzido na União Soviética

A luta operária serviu de tema para o ótimo filme brasileiro Eles Não Usam Black-tie. Dirigido por Leon Hirszman em 1981, é a versão cinematográfica da peça de mesmo título, escrita por Gianfrancesco Guarnieri.       

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