sexta-feira, 8 de março de 2013

A Mesa do Diabo

Dinheiro grosso, ambiente enfumaçado, jazz, Ray Charles, New Orleans e os astros Steve McQueen, Edward G. Robinson, Karl Malden e Ann-Magret. Essas são as cartas e os naipes de A Mesa do Diabo (The Cincinnati Kid, Estados Unidos, 1965), dirigido por Norman Jewison, de No Calor da Noite (1967) e Um Violinista no Telhado (1971). O drama retrata os subterrâneos do pôquer, da ambição pelo lucro à desonestidade, da euforia à ruína da derrota – o vício da aposta, aliás, foi descrito no romance O Jogador, do russo Fiódor Dostoiévski.

Na década de 1930, o jovem ás Cincinnati Kid (McQueen) se prepara para enfrentar o velho mestre Lancey Howard (Robinson). Acostumado a esmagar oponentes e a frequentar as mais fortes arenas do país, onde transitam as cobras criadas do baralho, Lancey aceita o embate. Ao enfrentar um otimista adversário em ascensão, deve provar que ainda é o melhor, mesmo que a idade e o cansaço o abatam.

Escolhido o carteador, Shooter (Malden) sofre chantagem para ajudar o amigo Kid a ganhar. Ao passo que a honra profissional de Shooter desmorona em cima do pano verde, sua mulher, a bela Melba (Ann-Magret), insiste em entregar-se a Kid.


McQuenn, Malden e Robinson transitam nos subterrâneos do pôquer
 
Olho no olho, hora a hora, as rodadas se sucedem.  Nove, dez, valetes, damas, reis – os lances fazem os dólares passarem de bolso a bolso. Quem tiver os nervos de aço, a fleuma do toureiro diante da fera, e realizar a jogada, mesmo errada, no momento correto, vence.

Pode-se sustentar que o filme de Jewison representa a versão sobre pôquer de Desafio à Corrupção (1961), de Robert Rossen, obra-prima sobre sinuca protagonizada por Paul Newman. Apesar de não ter o mesmo charme, assistir A Mesa do Diabo, com Steve McQueen, Edward G. Robinson e Karl Malden juntos, equivale a formidáveis cartas na mão.

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