quinta-feira, 2 de maio de 2013

Quando Fala o Coração

Alfred Hitchcock explorou temas da psicanálise para realizar Quando Fala o Coração (Spellbound, Estados Unidos, 1945). Os astros Gregory Peck e Ingrid Bergman, no auge da beleza, estão no centro desse espetáculo do mestre do suspense. Hitchcock também trabalhou com Ingrid em Interlúdio (1946) e Sob o Signo de Capricórnio (1949). Com Peck, em Agonia de Amor (1947).

Em Quando Fala o Coração, Peck interpreta o médico Anthony Edwardes, o novo diretor da clínica de doentes mentais onde trabalha a dra. Constance Petersen (Ingrid). Ele chama a atenção dos colegas, pois é bem mais jovem do que o esperado. Constance encanta-se com o personagem. Logo todos ficam perturbados com o estranho comportamento de Edwardes.

Quem é, afinal, o novo diretor? Impostor? Assassino? Amnésico, nem Edwardes sabe a resposta.  Constance encarrega-se de ajudá-lo, como analista, a descobrir a verdadeira identidade, para livrá-lo do sentimento de culpa que tanto o martiriza. Ingrid mistura o papel de médica e amante de Peck. Razão e coração transformam-se em contraditórios meios de investigação.

Na  famosa sequência onírica da obra, Peck relata intrigante sonho – outro tópico freudiano. O cenário foi criado pelo pintor Salvador Dalí, convidado por Hitchcock a participar do trecho do longa. O movimento surrealista, saliente-se, recebeu forte e determinante influência das ideias de Sigmund Freud.


Sequência onírica do filme Hitchcock foi criada por Salvador Dalí

As qualidades de Quando Fala o Coração impressionam. O diretor e crítico François Truffaut afirmou certa vez, na revista Cahiers du Cinéma, que Hitchcock representa, ao mesmo tempo, o lado comercial e a sofisticação da sétima arte. Soma-se a isso o fato de ter sido extraordinário técnico e exímio contador de histórias. A lista de filmes formidáveis é imensa.

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