terça-feira, 22 de outubro de 2013

A Sombra da Forca

A pena de morte suscita polêmica. A questão dos direitos humanos, a possibilidade de erro judiciário, o caráter de vingança e o fato de os índices de criminalidade não diminuírem com a punição são argumentos levantados na discussão. A respeito do tema, o diretor Joseph Losey filmou A Sombra da Forca (Time Without Pity, Reino Unido, 1957), drama empolgante. Losey, realizador de O Criado (1963), O Assassinato de Trotsky (1972) e Galileo (1975), foi acusado de comunista na década de 50, exilando-se na Inglaterra.

Em Londres, o jovem Alec Graham (Alec McCowen) é sentenciado à forca por matar a namorada. O pai de Alec, o alcoólatra David (Michael Redgrave), convencido da inocência do filho, faz tudo o que pode para anular a decisão. Com a ajuda do advogado Jeremy Clayton (Peter Cushing), David busca furos no inquérito policial, alguma pista que prove a inocência do condenado. Além das dificuldades inerentes ao problema, David enfrenta a hostilidade do preso, pronto para lançar na cara do genitor a desgraça do vício da bebida.

Atuação marcante de Michael Redgrave no papel do pai alcoólatra

A diligência leva aos ricos Stanford, cujo filho Brian (Paul Daneman) é amigo de Alec. Quais as reais teias ligam o "homicida" a Brian, Robert (Leo McKern), o chefe da família, e Honor, mulher deste? A solução do mistério é chave para encontrar, se possível, uma saída para evitar o patíbulo.

A Sombra da Forca lembra o longa Crime Verdadeiro (1999), dirigido e protagonizado por Clint Eastwood. Na película, o astro interpreta o repórter alcoólatra que investiga o caso de um negro condenado à injeção letal por matar uma branca.

Na literatura, o romance O Último Dia de um Condenado, do francês Victor Hugo (1802-1885), contribuiu para enfrentar o debate acerca da aplicação da pena capital. Verdadeiro manifesto contra essa forma de sanção, o livro mantém a atualidade.

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