quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

A Grande Guerra

Mestre da comédia, Mario Monicelli, de O Incrível Exército de Brancaleone (1966) e Meus Caros Amigos (1975), dosou humor e drama para realizar A Grande Guerra (Itália, 1959). O filme acompanha a trajetória de dois soldados durante a campanha italiana na Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Nos papéis principais, os astros Alberto Sordi, que interpreta o romano Oreste Jacovacci,  e Vittorio Gassman, na pele do milanês Giovanni Busacca.


Os astros Alberto Sordi e Vittorio Gassman lutam em trincheiras

Contraditórios, Jacovacci e Busacca  misturam malandragem, covardia e heroísmo para sobreviver ao conflito, uma guerra total. Do momento do alistamento, quando Jacovacci trapaceia o refratário Busacca, ao combate nas lamacentas trincheiras contra as forças austríacas, os dois utilizam o que têm em mãos para se manterem vivos. O tempo é de colapso social, econômico e moral. Dos escombros da carnificina, uma nova, instável e sombria Europa emergirá.

Pelo senso crítico, duas passagens merecem menção. Um general – homem distante da realidade das tropas – experimenta a comida dos soldados. Todos sabem, inclusive o oficial, que o gosto é horrível, mas o descontentamento não pode ser expresso pelos subordinados. Na outra, Jacovacci mostra alegria ao dizer que uma criança nascida em 1916 não vestirá farda num confronto bélico – 23 anos depois, em 1939, estoura a Segunda Guerra Mundial, que dura até 1945. A Itália luta, de forma ineficaz, em ambos eventos.

A Grande Guerra recebeu o Leão de Ouro – o prêmio de melho filme – no Festival Internacional de Cinema de Veneza de 1959. Dois anos antes, Stanley Kubrick lançou Glória Feita de Sangue, com Kirk Douglas, a respeito da falta de escrúpulos de integrantes do Estado-Maior francês na Primeira Guerra Mundial.

Acontecimentos no front italiano serviram de inspiração para Ernest Hemingway escrever o romance Adeus às Armas. O livro recebeu adaptações para o cinema.

Nenhum comentário:

Postar um comentário