segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Amarga Esperança

Primeira obra assinada por Nicholas Ray, Amarga Esperança (They Live By Night, Estados Unidos, 1948) traz o principal traço da produção do diretor: a fragilidade dos heróis. Foi justamento isso o que levou, por exemplo, cineastas do outro lado do oceano Atlântico a cultuá-lo. François  Truffaut, Jean-Luc Godard, Wim Wenders e outros reconhecem a influência de Ray.

Pode-se notar em Amarga Esperança as qualidades do futuro realizador dos inesquecíveis Johnny Guitar (1954) – faroeste feminil, com a talentosa Joan Crawford, dona de saloon, de revólver em punho – e Juventude Transviada (1955), trabalho inflamado pela presença de James Dean.

Na década de 1930, durante a Grande Depressão americana, três delinquentes escapam de uma penitenciária no Estado do Mississipi. Entre eles, o jovem Bowie (Farley Granger), condenado por assassinato. Depois de ser induzido e instigado a participar de um assalto a banco pelos comparsas, Bowie foge com a namorada Keechie (Cathy O'Donnell).


Trabalho marca estreia na direção do mestre Nicholas Ray

Com o dinheiro do crime, os dois se casam e tentam levar uma existência tranquila e reclusa, longe da vista de todos. Bowie, inclusive, deseja provar que é inocente do homicídio. Mas o idílio não dura muito.

Os cúmplices necessitam de dólares. E precisam da ajuda de Bowie para um novo roubo. Após o delito, a polícia, que considera o rapaz o líder da quadrilha, aperta o cerco.  Esse dilema do personagem, viver entre o perigo da bala e o amor de Keechie, é o cerne desse clássico filme de estrada.

Homem de teatro e cinema, Ray forjou sua trajetória artística sob o signo do lirismo. Morreu consumido pelo câncer. Um mestre do ofício.

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