Pode-se notar em Amarga Esperança as qualidades do futuro realizador dos inesquecíveis Johnny Guitar (1954) – faroeste feminil, com a talentosa Joan Crawford, dona de saloon, de revólver em punho – e Juventude Transviada (1955), trabalho inflamado pela presença de James Dean.
Na década de 1930, durante a Grande Depressão americana, três delinquentes escapam de uma penitenciária no Estado do Mississipi. Entre eles, o jovem Bowie (Farley Granger), condenado por assassinato. Depois de ser induzido e instigado a participar de um assalto a banco pelos comparsas, Bowie foge com a namorada Keechie (Cathy O'Donnell).
![]() |
Trabalho marca estreia na direção do mestre Nicholas Ray |
Com o dinheiro do crime, os dois se casam e tentam levar uma existência tranquila e reclusa, longe da vista de todos. Bowie, inclusive, deseja provar que é inocente do homicídio. Mas o idílio não dura muito.
Os cúmplices necessitam de dólares. E precisam da ajuda de Bowie para um novo roubo. Após o delito, a polícia, que considera o rapaz o líder da quadrilha, aperta o cerco. Esse dilema do personagem, viver entre o perigo da bala e o amor de Keechie, é o cerne desse clássico filme de estrada.
Homem de teatro e cinema, Ray forjou sua trajetória artística sob o signo do lirismo. Morreu consumido pelo câncer. Um mestre do ofício.
Nenhum comentário:
Postar um comentário