segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Apocalypse Now

Delirante, Apocalypse Now (Estados Unidos, 1979) é uma das melhores contribuições cinematográficas a respeito da Guerra do Vietnã. Realizado por Francis Ford Coppola, o filme, adaptação distante do romance O Coração das Trevas, de Joseph Conrad (1857-1924), recebeu o merecido reconhecimento de público e crítica. Descomunal e sensacional, a película tem imagens, sonoplastia, interpretações, roteiro e direção primorosos. No elenco, Martin Sheen, Marlon Brando, Robert Duvall, Dennis Hopper, Harrison Ford e Laurence Fishburne.

Durante o conflito asiático, o capitão Willard (Sheen), da inteligência norte-americana, recebe a missão de encontrar e matar o coronel Kurtz (Brando). Kurtz, oficial de elite condecorado, enlouquece, embrenhando-se na selva do Camboja. Lá, arregimenta seguidores. Esse fiel exército, cujos integrantes idolatram o líder, pratica uma séria de atrocidades.

Recrutado durante um porre no quarto do hotel, Willard viaja escoltado por quatro militares. Dentro de um barco, navegam pelo interior do Vietnã. Enquanto o capitão examina documentos referentes à operação, o grupo depara-se com situações absurdas – algo natural na guerra. Ao som de muito rock'n'roll – Rolling Stones, por exemplo – e de Wagner, a embarcação aproxima-se do alvo. A medida que reflete sobre o desafio, Willard vê sua admiração por Kurtz aumentar. Por que eliminar esse homem?, indaga-se.


Sheen, em primeiro plano. À esq., o alucinado Hopper

Cenas célebres alimentam o longa. A trama abre-se com helicópteros bombardeando, com disposivos de napalm, uma floresta. Ao fundo, a canção The End, da banda The Doors. Em outro momento, Willard encontra-se com o tenente-coronel Bill Kilgore (Duvall), caubói que gosta de surfe e adora "cheiro de napalm pela manhã". À frente de tropa embalada pela música A Cavalgada das Valquírias, de Wagner, Bill Kilgore comanda ataque de helicópteros contra aldeia vietcongue. Em posto avançado das forças norte-americanas, o combate, com imagens noturnas alucinantes, desenvolve-se sem que os soldados saibam quem está no comando.

A película é cercada de fatos curiosos. Sheen sofreu enfarte. Brando, que cobrou uma fortuna pelo trabalho, pediu para que fosse disfaçada sua obesidade – os poucos minutos em que aparece na tela são geniais. Hopper, no papel do repórter fotográfico, atua sob efeito de LSD.

Apocalypse Now ganhou a Palma de Ouro, em Cannes, o Oscar nas categorias Melhor Fotografia e Melhor Som e o David di Donatello, na Itália, no item Melhor Diretor de Filme Estrangeiro.    

Em 2001, foi lançado Apocalypse Now Redux, versão com uma hora a mais de duração.
 

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