Após ser incorporada a um regimento de cavalaria, a bela égua Lotna passa por vários donos. Objeto de cobiça para alguns, símbolo de azar para outros, a trajetória do animal acompanha a da unidade militar. A morte vigia a todos.
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História da cavalaria polonesa no início da Segunda Guerra Mundial |
No primeiro contragolpe, efetuado de surpresa sobre a infantaria alemã, o esquadrão, com sabres e lanças, obtém resultados positivos. Mas é repelido pelo fogo de artilharia. Na próxima escaramuça, agora contra tanques, não existe chance de êxito. Além do aspecto heróico e lírico, Wajda buscou salientar a cavalaria como elemento cultural de resistência da população local. O cavalo, aliás, foi usado amplamente por exércitos – o germânico e o soviético, por exemplo – como meio de transporte durante o conflito.
À época, os poloneses tinham um exército considerado numeroso (cerca de um milhão de homens) e uma força aérea de 1.200 aviões. Não haviam, porém, preparado adequadamente a motorização de suas forças terrestres. Menos de três semanas depois de ser invadida pelo Oeste, tropas soviéticas ocupam o Leste da Polônia. Sob o jugo nazista, cidades são arrasadas. Liberais, socialistas, comunistas e democratas são mortos. A comunidade judaica é dizimada.
Temas históricos e políticos dominam a obra de Wajda, formado na escola de cinema de Lodz. Geração (1954), Kanal (1957), Cinzas e Diamantes (1958), O Homem de Mármore (1976) e Danton (1983) são modelos da arte do realizador. Wajda, premiado em vários festivais, passou por distintas fases: engajado com ressalvas na construção do socialismo polonês, crítico ferrenho do stalinismo e por fim adepto da federação de sindicatos Solidariedade, movimento operário antissocialista – ele chegou a ser eleito parlamentar pela organização.
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