segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

O Mundo Odeia-me

O homem é "magro, tem 28 anos, veste uma camisa escura, calça cinza escura e uma jaqueta de couro preta. Sua pálpebra direita é paralisada". Essa é a descrição de Emmett Myers, o assassino psicopata do clássico noir O Mundo Odeia-me (Estados Unidos, 1953), dirigido por Ida Lupino. Teria sido melhor usar o significado do título original, The Hitch-Hiker, o caroneiro. 

A narrativa e as atuações do elenco central impressionam. Extraído de fatos reais, a trama arrebata desde a primeira cena. De pronto, sem rodeios, o tom da obra não deixa dúvidas ao espectador. 

O foragido  Emmett Myers (William Talman) busca abrigo no México. Deixa rastro de sangue e terror. No caminho, recebe carona dos amigos Roy Collins (Edmond O'Brien) e Gilbert Bowen (Frank Lovejoy),  que viajam para pescar. Armado, sentado no banco de trás do carro, logo rende as vítimas. Sob a mira do revólver, devem levá-lo, por estradas poeirentas e marginais, a Santa Rosalia, cidade da península da Baixa Califórnia, no noroeste do país vizinho.

Os olhares de Roy e Gilbert carregam o medo da morte – a existência deles, na lógica de Myers, somente está condicionada às necessidades da fuga. A polícia caça,  cerca, trabalha com pistas. Tenta capturar o bandido e salvar os reféns.


Assassino aterroriza dois homens em viagem pelo México

Emmett alega que a vida, inclemente, o conduziu ao crime. Rejeitado pelos pais, tudo o que conquistou foi resultado do próprio esforço. A sociedade o repele. Daí o nome O Mundo Odeia-me.  

Nascida na Inglaterra, Ida Lupino mudou-se para os Estados Unidos na década de 30. Tornou-se respeitada atriz, roteirista e diretora. Mais que um rosto bonito da grande tela.

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