Transpor para a linguagem das telas um livro como o romance Anna Karenina, de Liev Tolstói (1828-1910), será sempre temerário. Em 1935, o diretor Clarence Brown assumiu o risco. No papel-título, um símbolo: a diva Greta Garbo.
Bela e charmosa aristocrata russo do século 19, Anna mantém um casamento insosso, de fachada, com o rico burocrata Alexei Karenin (o vilão Basil Rathbone). Em viagem a Moscou, onde resolve nova crise conjugal entre o irmão e a cunhada, conhece o sedutor conde Vronski (Fredric March). Ela arrasta-se à paixão, separa-se do marido e do filho, e passa a viver com o amante.
A aristocracia não a perdoa. Anna rompe com uma ordem social, na qual impera a hipocrisia e o fetiche do respeito às aparências. A situação termina em tragédia.
São particularmente bem feitas as cenas que transcorrem nas estações de trem. Aliás, são elementos-chave para a compreensão da história. Mesmo sem captar a densidade plena de Tolstói, o filme satisfaz o espectador.
A versão de Julien Duvivier da obra de Tolstói, realizada em 1948, com Vivien Leigh à frente, fica para a próxima postagem.
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