segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Crepúsculo dos Deuses

Crepúsculo dos Deuses (Sunset Boulevard, Estados Unidos, 1950) é considerado, pela crítica especializada, o retrato mais cruel de Hollywood. Assim como o romance Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, o filme, do diretor Billy Wilder, é narrado por um morto, o que acentua o tom “crepuscular” da película.

Roteirista fracassado e endividado, Joe Gillis (William Holden) conhece Norma Desmond (Gloria Swanson), antiga estrela do cinema mudo. Norma deseja voltar às telas. Por isso, contrata Joe, que deve escrever um roteiro especial para ela. Holden passa a viver na mansão de Norma, onde dividem a mesma cama.

Norma vive da fama pretérita, quando era o centro das atenções de milhaes de fãs. O cinema, agora falado, não tem mais lugar para ela. 

Holden e Gloria 

A fim de aumentar o clima de autenticidade, Wilder utiliza alguns recursos. A atriz Gloria Swanson teve o auge da carreira na era muda. O diretor Cecil B. DeMille (Os Dez Mandamentos e Sansão e Dalila) interpreta a si mesmo.  O genial ator e diretor de comédias mudas Buster Keaton aparece na película – integra o grupo de amigos de Norma que joga baralho.

Outra participação do passado: o mitológico Erich von Stroheim. Ele é o motorista e mordomo Max von Mayerling, ex-marido de Norma e ex-diretor de cinema. Na vida real, Von Stroheim, ator, realizador e roteirista vienense, conheceu o sucesso e o fracasso em Hollywood.

Entre tantas cenas inesquecíveis, uma das mais lembradas pelos cinéfilos envolve Von Stroheim. Enquanto a enlouquecida Norma desce as escadas, Von Stroheim novamente está atrás das câmeras para exercer o velho ofício e dizer “ação”.

Von Stroheim, um mito

O drama recebeu 11 indicações à edição do Oscar de 1951. Ganhou nas categorias Melhor Direção de Arte, Melhor Trilha Sonora e Melhor Roteiro.

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