sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Otelo


Ator e diretor genial, Orson Welles realizou, com poucos recursos financeiros, espetacular versão de Otelo, (Estados Unidos-França-Itália-Marrocos, 1952), aclamada tragédia de William Shakespeare. Quatro anos antes, havia fracassado com outro trabalho do dramaturgo inglês, Macbeth.

Otelo, o Mouro de Veneza, é uma história de inveja, ciúme, fúria e assassinato. Dessa combinação, nasce a desgraça.

Welles interpreta Otelo, general a serviço do governo veneziano.  Casado com a bonita e leal Desdêmona (Suzanne Cloutier), sucumbe às artimanhas do alferes Iago (Micheál Mac Liammóir). Personagem maléfico, que se sente desprestigiado por Otelo, Iago deseja ascender na carreira militar. Não medirá esforços para concretizar o objetivo.

Iago construirá intrigas, induzindo e instigando Otelo a castigar Desdêmona por suposta traição com o tenente Cássio (Michael Laurence). Hábil e inteligente, sabe manipular a fraqueza humana. Sabe que o mouro não suporta a ideia do adultério. Sabe que a honra ofendida, na visão daquele homem e daquela sociedade, exige a morte da esposa. 

Otelo e Desdêmona, casal trágico

Welles mantém a força do texto shakespeariano. Fotografia, sonoplastia, roteiro, direção e atuações excepcionais  transformaram o filme em obra referencial. Ignorado nos Estados Unidos à época da exibição, recebeu, em 1952, o Grande Prêmio do Festival de Cannes, na França. 

Deve-se dizer, en passant, que as sequências iniciais de Otelo lembram a cena final do Hamlet de Laurence Olivier. 

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