segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Lawrence da Arábia

Difícil mensurar e expressar as qualidades técnicas e plásticas de Lawrence da Arábia (Reino Unido, 1962). Antes, David Lean havia alcançado o sucesso com outra superprodução, A Ponto do Rio Kwai (1957).

Mas o filme sobre o militar britânico T. E. Lawrence, que partiu do Cairo para a Península Arábica a fim de fomentar a revolta contra o Império Otomano, atingiu patamar artístico ainda mais elevado. O épico tem elenco de prestígio: Peter O’Toole, Omar Sharif, Anthony Quinn, Alec Guinness e Claude Rains.

Durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), Lawrence (O’Toole) recebe a missão de unir as tribos árabes para que enfrentem os turcos. O objetivo do Exército de Sua Majestade é enfraquecer o poder de Istambul.  Oficial de ligação, Lawrence aos poucos se envolve culturalmente com os árabes, adquirindo hábitos de beduíno.


O'Toole vive o herói do deserto

Nessa viagem por terras longínquas, o britânico, cuja personalidade se reveste de indiscutível complexidade, se transforma em Lawrence da Arábia e conhece o sherif Ali ibn el-Kharish (Sharif), o príncipe Faiçal (Guinness), o líder tribal Auda abu Tayi (Quinn). Também experimenta a amizade, a lealdade e humilhação.

Grandes cenas marcam o longa. A travessia do deserto, autêntico feito de resistência física e mental. A sabotagem nas linhas férreas. A conquista da cidade litorânea de Aqaba. A sevícia turca. O massacre de tropas inimigas. A tomada de Damasco, evento que redunda na discórdia e no término da aliança entre os árabes.

A beleza das imagens, com a composição das cores extremamente elaborada, impressiona. O próprio deserto, com sua peculiar estética, funciona como autêntico “personagem” na trama.

Lawrence da Arábia arrebatou o Oscar em sete categorias. Entre elas, Melhor Filme e Melhor Direção.

Depois, Lean realizou Doutor Jivago (conferir postagem), A Filha de Ryan e Passagem para a Índia.

PS: Por falar em eventos do século 20, morreu hoje o grande historiador marxista britânico Eric Hobsbawm. Um grande intelectual e humanista.

2 comentários:

  1. Parabéns ao CINÉFILO ISRAEL RAHAL.lembro-me de ter assistido LAWRENCE DA ARÁBIA ainda na Década de 60 em Santa Maria RS. Para quem ter orgulho de ser descendente de árabes.O Filme demonstra. Não o amor de LAWRENCE pelos árabes.Mas sim o interesse pela divisão do Mundo Islâmico colocando TRIBOS ÁRABES MUÇULMANAS contra o IMPÉRIO OTOMANO também ISLÂMICO. ABDALAH IBN SAID ABU ISRAIL.

    ResponderExcluir
  2. Obrigado pelo comentário. O filme tem notável atualidade. Basta ver o que ocorre, por exemplo, na Líbia após a queda de Kaddafi, o que é demonstrado pelas brigas entre tribos e pelo interesses imperialistas.

    ResponderExcluir