Rever El Cid (Estados Unidos-Itália, 1961) será sempre prazeroso. Realizado pelo mestre do western Anthony Mann, o épico narra a saga de El Cid, lendário herói espanhol da Reconquista, movimento católico de recuperação das terras da Península Ibérica sob domínio muçulmano. Tal poder se estende do século 8 a 1492, quando cai o último reduto mouro, Granada.
A história começa em 1080. Forças católicas e islâmicas se enfrentam. Charlton Heston interpreta o nobre Rodrigo Díaz de Bivar, o El Cid (em árabe, cid significa senhor). Acusado de traição por ter libertado inimigos, El Cid mata o campeão do rei de Castela, pai de Ximena (Sophia Loren), sua noiva. Ele mesmo acaba por se tornar campeão do monarca.
A desgraça chega a Rodrigo. Parte para o exílio. Mas novamente nos braços de Ximena, que lhe perdoa, recebe o apoio de tropas dispostas a segui-lo, mesmo banido. Ameaçados por invasores oriundos da África do Norte, cristãos e mouros unem-se, por meio de El Cid, contra o inimigo comum. Justo, piedoso, leal e corajoso, capaz de humilhar um soberano e de saciar a sede de um leproso, o personagem angaria admiradores por onde passa.
O longa tem vários pontos altos. Admirável o duelo pela cidade de Caloharra, que coloca frente a frente Heston e o representante do reino de Aragão. Igualmente as sequências que envolvem os cercos a Valência.
Famoso pelas atuações em superproduções, como Os Dez Mandamentos (1956) e Ben-Hur (1959), Heston mostra aguda maturidade no filme de Mann. Deve-se registrar que o astro trabalhou, em 1958, no sensacional A Marcada da Maldade, dirigido por Orson Welles.
A Espanha moura foi um período singular da história. No território, onde cristãos, judeus e mulçumanos viveram pacificamente, floresceu uma cultura esplendorosa, de poetas, filósofos e cientistas.
O comovente romance Sombras da Romazeira, de Tariq Ali, descreve os derradeiros momentos da Granada mourisca. O livro saiu no Brasil pela editora Record.
EL CID, no comentário acima para quem é descendente de ÁRABE é mesmo que voltar no tempo a Grandeza da CIVILIZAÇÃO MOURA sobre grande parte da Península Ibérica onde conviviam harmoniosamente MUÇULMANOS,CRISTÃOS e JUDEUS.Com certeza na Península Ibérica foi o ESPLENDOR das CULTURAS Árabe(MUÇULMANAS) e JUDAICA. ABDALAH IBN SAID ABU ISRAIL.
ResponderExcluirHá um belo filme, O Destino (Egito, 1997), que trata da vida do grande filósofo Averróis, nascido na Córdoba moura do século 12.
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