domingo, 24 de junho de 2012

O Gavião do Mar

Típico capa e espada, O Gavião do Mar (Estados Unidos, 1940) é mais um clássico de aventura dirigido por Michael Curtiz e estrelado por Errol Flynn. A trama, que se passa em 1585, envolve o espectador – do início ao fim.

Flynn é o capitão Geoffrey Thorpe, um dos gaviões do mar, corsários a serviço da rainha inglesa Elizabeth I (Flora Robson). À época, a Inglaterra tenta resistir à expansão da Espanha, principal potência mundial. Em missão no Panamá, Thorpe e a tripulação do navia Albatroz caem em uma armadilha. Tornam-se prisioneiros dos espanhóis. Quando conseguem fugir, descobrem um plano de Madri para atacar a ilha.

Claro, não poderia faltar dose de romance. Em uma abordagem, Thorpe apaixona-se por dona Maria (a bela Brenda Marshall), sobrinha do embaixador da Espanha na corte inglesa, don José Alvarez de Cordoba (Claude Rains).


Rainha e o corsário

A película de Curtiz pode ser incluída na lista das obras do chamado esforço de guerra, como Casablanca (Estados Unidos, 1942). No ano em que O Gavião do Mar foi feito, 1940, o mundo vivia sob a agressão nazista. A Inglaterra, particularmente, resistia aos ataques alemães.

Há, na realização de Curtiz, um claro paralelo. Por isso a fala de Elizabeth I, no final do longa, ganha uma dimensão histórica especial. Reproduzo parte, pois vale a pena: "E agora, meus leais súditos, um terrível dever nos confronta. A preparação de nosso país para uma guerra que ninguém deseja, muito menos sua rainha. Tentamos por todos os meios evitar essa guerra. Não temos disputas com o povo da Espanha ou com qualquer outro povo".

E continua, agora com implícita menção a Hitler: "Mas quando a ambição impiedosa de um homem ameaça capturar o mundo, torna-se obrigação solene de todos os homens livres afirmar que a Terra pertence não só a um homem, mas a todos os homens. E que a liberdade é o compromisso para com o solo em que vivemos. (...)".

Elizabeth I, então, apresenta a nova Marinha real, que vencerá a Grande Armada espanhola, de Filipe II.

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