Denso, Possessão (Alemanha-França, 1981), do polonês Andrzej Zulawski, teve justo reconhecimento. Atuações notáveis, fotografia seca e direção segura consagraram o filme. Isabelle Adjani, uma das mais belas e talentosas atrizes do cinema europeu, e Sam Neil formam o casal patológico da trama, refinado horror.
À sombra da infidelidade, Ana (Adjani), dona de casa e mãe, mantém turbulenta relação com Marc (Neil). Ela conserva três vidas paralelas, de personalidades distintas, enquanto o casamento submerge no colapso. Aos poucos, a loucura avança e se apossa da mente de Ana. Marc será arrastado para esse vórtice profundo. Um monstro domina Isabelle, transformando-a em assassina.
Tal qual ervas daninhas, brotam cenas de intensa dramaticidade. Na cozinha, Ana corta o pescoço com uma faca. É agredida fisicamente por Marc, até a boca sangrar. No metrô, sofre acesso de histeria, rolando no chão e nas paredes – o clímax tem vômito e sangue.
O cenário do longa reflete a existência de Ana – a Berlim dividida em duas durante a Guerra Fria. A história da película se passa na parte oriental (socialista), com locações próximas ao Muro de Berlim.
Pelo trabalho, Adjani conquistou, em 1982, o prêmio Cesar de melhor atriz.
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