Rastros de Ódio (Estados Unidos, 1956) é um dos grandes westerns. O diretor John Ford e seu ator-fetiche, John Wayne, realizaram uma obra-prima absoluta do gênero. Como cenário, a exuberante região desértica de Monument Valley, reserva dos índios navajos no Estado de Utah.
Texas, 1868. Ethan Edwards (Wayne) retorna da Guerra Civil Americana. Recebido pela família do irmão Aaron (Walter Coy), sente-se, de alguma maneira, deslocado. Tem o carinho dos sobrinhos e da cunhada Martha (Dorothy Jordan) – Ethan e Martha nutrem inconfessável atração. Há o mestiço Martin Pawley (órfão agregado à família), representado por Jeffrey Hunter, de quem Ethan não esconde o desprezo.
O rancho sofre ataque de índios comanches, chefiados por Scar (Henry Brandon). Os Edwards são dizimados. A pequena sobrinha Debbie (Natalie Wood) é raptada.
Ao lado de Martin – que conquistará o respeito e admiração de Ethan –, Wayne parte em busca da menina e do bando que a capturou. Durante cinco anos, Ethan empreende caçada implacável, deixando no caminho rastros de ódio.
O espectador testemunhará qual o sentimento de Ethan pelos índios. Em cena emblemática, atira nos olhos de um cadáver. Dessa forma, explica o personagem, sem olhos, a alma do comanche não entrará na Terra dos Mortos e ficará vagando eternamente, conforme o sistema religioso da tribo. O olhar de Wayne despeja fúria e repugnância.
Muitos clássicos, não somente de faroeste – gênero em que foi mestre –, foram dirigidos por Ford. O Prisioneiro da Ilha dos Tubarões (1936), No Tempo das Diligências (1939), A Mocidade de Lincoln (1939), As Vinhas da Ira (1940), Rio Grande (1950), O Homem que Matou o Facínora (1962) e outros. Rastros de Ódio, na minha opinão, é insuperável.
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